Liderança em si é um tema que nem sempre foi debatido com a relevância que realmente merece, já que até alguns anos atrás o natural era lidar com o perfil chefia, ou seja, seres que não conseguiam entender o real significado do ambiente corporativo e o tratava conforme uma tribo repleta de índios que dizia ‘amém’ para tudo, e utilizava a força bruta para desempenhar o arroz com feijão nosso de cada dia – conforme bons cães adestrados.
O raciocínio jamais foi tão bem-vindo às empresas como atualmente, até pq, o ‘pensar’ sempre foi sinônimo de ameaça para os maus patrões que, não raras vezes, caíram de paraquedas em determinado cargo executivo e conseguiram ser sustentados durante anos pelo tal banho-maria regado aquela pitadinha escrota de sorte.
Entretanto, o mundo mudou, e, junto a ele, alternou-se também as características de todos os que saem de casa todas as manhãs para buscar o sustento dos filhos.
Chegamos ao ano de 2017 com a humanidade trabalhadora tentando deslocar-se a uma aceleração tecnológica que, aliada à irregularidade do mercado, faz com que o tempo de estratégia, produção e de ‘fazer as coisas darem certo’ diminua significativamente.
E, mesmo não sendo uma tarefa das mais fáceis, chegou-se ao ponto em que não é apenas uma questão de querência, meu caro. Vivemos a era do ‘vai ou racha’.
Com esse desenvolvimento desenfreado que o mundo vive e que nossas mentes tentam acompanhar sem que fiquemos muito defasados, tornou-se essencial enxergarmos o tipo de gestores temos à frente das empresas, pois, todos os que optarem pela inércia do próprio ego perderão seus postos – até então cativos – de capatazes da CLT.
Costumo dizer que não há liderança bem feita sem dois ingredientes básicos de sobrevivência a qualquer mortal: educação e empatia.
Como farei a gestão de um time se não sei pedir ou delegar com respeito? Como tomar uma decisão importante sem antes entender qual a dor do liderado que está sob a minha tutela?
Você pode ser o melhor negociador do mundo, pode falar sete idiomas e ter um currículo recheado de títulos e graduações. Entretanto, se não for, antes de qualquer coisa, um ser humano, jamais poderá ser considerado um alguém de sucesso pra valer.
Um líder não gera medo em seus colaboradores.
Sim, pq o liderado nada mais é do que um parceiro de trabalho e um alguém que está junto ao líder em prol de um resultado comum a todos.
Colaborador não deve ser tratado como inimigo ou rival, mas como a pessoa mais especial da vida do gestor durante aquelas horas de trabalho, até porque, ela é quem vai contribuir para que o pão desse gestor também chegue à mesa do café no dia seguinte.
O bom líder traz consigo algumas características indispensáveis ao exercício da função, como, por exemplo, a humildade com todos os profissionais que o cercam, independente de cargo ou departamento.
Além disso, ser uma pessoa autêntica, verdadeira, acessível e leal com seus profissionais também são fatores que contam pontos a favor deste ser que não consegue resultado algum sozinho (e sabe disso mais do que qualquer outra pessoa).
O ambiente corporativo nem sempre é considerado prazeroso, mas isto também é reflexo da gestão que conduz o departamento em questão.
Pq não criar um clima organizacional em que as pessoas tenham prazer em vir trabalhar? E olha que não é preciso grandes investimentos para se manter um time com o ponteiro do combustível assinalando ‘full’ quase que o tempo todo.
Para isso, seja um líder positivo, otimista, alto astral, que não vende problemas, pelo contrário, ecoa desafios a serem superados pelo grupo.
Incentive mudanças, proponha inovações aos processos do departamento, possibilite ao liderado que faça um job rotation nas demais áreas em que seu negócio impacta diretamente, e acredite: certamente isso contribuirá para que tenha uma visão sistêmica da coisa e, consequentemente, extraia seu melhor desenvolvimento e produtividade de um jeito sustentável.
Ser um líder que inspira com boas atitudes, sensibilidade, generosidade, confiança e credibilidade, é sim possível. Fácil? Não, não é. Mas com assertividade, até o ‘dizer não’ acaba sendo melhor recebido pela equipe – que a essa altura já está com sua inteligência emocional bem azeitada.
Fazer a equipe jogar o mesmo jogo do líder é essencial para os resultados surgirem com agilidade e segurança. No entanto, o comandante deve estar aberto ao diálogo, dando voz ao liderado para que ele sinta-se importante, valorizado e estratégico durante todo processo, do início até a entrega do resultado final.
Mais do que braços, hoje as pessoas também são cérebros, e isso, pasmem chefes à moda antiga, é mais do que fantástico para uma ideia se transformar em várias ideias e no decorrer dessa chuva de positividade, TCHANAM: receita! $
Atualmente não se deve agir mais com esse autoritarismo de pensamentos próprios. Quanto mais a criatividade de seu liderado for explorada, maiores as chances de você sorrir no fechamento do ano fiscal.
Tanto ouvir quanto mudar de opinião é um movimento salutar, e, embora difícil, humaniza o líder e o coloca no mesmo patamar do liderado. E isso não é vergonha, é sabedoria. Lembre-se de que existe diferença entre conhecimento e sabedoria, então, se você dominar todas as técnicas mas não for um alguém sábio, vai nadar, nadar, nadar, e morrer na praia.
A matemática corporativa de liderança chega ser bem simples para quem tem o coração aberto para aprender e evoluir, veja só:
Colaborador feliz = resultados melhores em quantidade e qualidade, ponto. Não há muito o que inventar.
Em suma, o perfil de líder para daqui em diante é totalmente humano.
Parece Piegas? Sim, porque é mesmo. Mas reforçar o clichê as vezes é necessário para dar um start na mente que acredita ser mais brilhante do que realmente é.
É óbvio que se meu maior capital é humano, devo agir de forma humanizada e não como se estivesse trabalhando com robôs e os tratando como lixo.
E quanto aos resultados? Sim, eles virão, fique tranquilo. É o foco, é a meta, é o alvo – e isso não se perde das vistas. Tudo gira em prol disso.
Contudo, o resultado é o grande centro e, se todo entorno não estiver redondinho, ele se apresentará quadrado e sem qualquer sustentação.
Quanto menos muros e mais pontes entre líder e liderado, maior será a produtividade e o faturamento da empresa.
Ops, venha cá. Segue abaixo mais um tiquinho de liderança assertiva:
– Tratar o colaborador com educação;
– Ser um facilitador e atuar lado a lado em seu desenvolvimento profissional;
– Elogiar em público e corrigir no privado;
– Deixar claro qual sua meta e o pq ela existe;
– Reforçar sempre sua posição estratégica dentro do negócio;
– Nunca mandar, e sim, pedir;
– E, quando pedir, que seja ‘por favor’, utilizando sempre um ‘obrigado’ após a entrega;
– Incentivar pausas durante o expediente;
– Saber delegar e dar autonomia para que ele execute com tranquilidade sua função;
– Absorver ideias e, se forem aplicáveis, utilizá-las;
– Pedir opiniões (deixando claro quem bate o martelo);
– Não impor regime ditatorial;
– Criar um ambiente amigável em que as pessoas tenham tesão em ir trabalhar;
– Não boicotar as ideias do liderado;
– Procurar dar os créditos para pensamentos do colaborador em uma reunião com a diretoria, por exemplo;
– Não pegar no pé do profissional como se ele fosse uma criança. Se você o contratou é pq confia nele. Se contratou errado a culpa é tua e não dele;
– Extrair o melhor do profissional e inseri-lo em contextos que possa fazê-lo render o máximo possível;
– Não agir como se tivesse medo em ser superado, até pq, um líder que tem medo em ser superado não confia em si próprio e, portanto, não está apto a exercer tal posição na organização.
E, por fim, ser líder é saber que o gerenciamento de crise é constante. Trata-se de um eterno arriscar e fazer apostas.
Estar à frente da gestão de uma empresa ou de um departamento é como residir em uma bolsa de valores.
“Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas, ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana!” (Carl Jung)