As comissões de Direitos Humanos e Minorias e de Cultura realizam na quarta-feira, 23, audiência pública para debater violações de direitos humanos sofridas por jornalistas.
A deputada Luiza Erundina (PSol-SP), uma das autoras dos requerimentos para a realização da audiência, destaca que um dos convidados, Marco Aurélio Flores, ficou de janeiro a novembro de 2014 em prisão temporária e, neste período, sofreu infarto e AVC. Proprietário do Novo Jornal, veículo de comunicação eletrônica, Marco Aurélio ficou impedido de realizar fisioterapia prescrita após submeter-se a cirurgia na bacia. “Por falta desse tratamento, o jornalista ficou com grave sequela”, afirma Erundina.
Os deputados Paulo Pimenta (PT-RS), Paulo Teixeira (PT-SP), Luiz Couto (PT-PB) e Chico D’Ângelo (PT-RJ), que também solicitaram o debate, afirmam que, nos últimos meses, receberam muitas denúncias de censura e assédio judicial.
Retaliações
Luiz Couto, por exemplo, destaca o recente caso do jornal Gazeta do Povo e de seus jornalistas, que publicaram reportagens acerca das manobras utilizadas por membros da magistratura do Paraná com o intuito de obter vencimentos acima do teto constitucional, e que, por isso, sofreram retaliações na forma de processos de autoria de juízes, que foram ajuizados em jurisdições as mais distintas, de modo a onerar e dificultar o direito de defesa.
Participantes
Foram convidados para o debate:
– o diretor de assuntos institucionais da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), Cristiano Lobato Flores;
– o jornalista Marco Aurélio Flores, proprietário do Novo Jornal;
– o jornalista Geraldo Elísio, editor do Novo Jornal;
– o colunista do jornal Século Diário, do Espírito Santo, Rogério Medeiros;
– a coordenadora-executiva da Intervozes de Brasília, Beatriz Costa Barbosa;
– o diretor de relações institucionais da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), José Carlos Torves.
A audiência ocorrerá às 14 horas no plenário nove das comissões.