Na internet, algo digno de capa espalha-se muitas vezes sem ao menos ter uma fonte. Páginas e páginas de palavras falsas que abordam os mais variados temas, logo poderão ser inseridas nas prateleiras ao lado de belas obras da ficção.
E Aldous Huxley que nos perdoe, pois elas abordam somente fatos reais.
De fato, não é bem assim. Em muitos casos, tais “verdades” são somente para quem as lê e replica. Só que o poder do compartilhar é grande e a forma como cada assunto reverbera – impensável.
– Mas agora já estamos em 2018! – disseram.
– As Fake News já vem nos incomodando há anos. Cada vez ficará mais fácil de combate-las! – também disseram.
Foi neste despertar de soluções para um problema conhecido, que ele ganhou ainda mais força. Antes limitado a palavras e, em alguns casos, fotos, agora as notícias falsas podem ser assistidas e ouvidas. E já tem até nome para isso: Deep Fake News (falsificação profunda de notícia).
Esta nova categoria de falsificação é responsável por jogar na rede vídeos e áudios produzidos a partir de Inteligência Artificial. Mas como funciona isso?
Com acesso cada vez mais fácil a tal tipo de tecnologia, antes limitada somente a Hollywood, ferramentas que mapeiam e copiam expressões faciais, compilam vozes e as manipulam, chegam a esses “criadores de notícias”. Tal atitude pode ser motivada pelo anseio pela influência política, ideológica, pessoal ou uma outra série de fatores. Mas algo é fato, as Fake News estão abrindo um leque de novos formatos e é preciso ficar cada vez mais atento ao que se vê por aí.
Na essência, o que acontece com que reproduz? Ele dá origem. E como se já não bastasse uma notícia falsa, tal reprodução acontece de forma tão acelerada, que as “crias” procriam e criam mais e mais notícias, muito mais tendenciosas do que a primeira. É quase um ciclo vicioso ao melhor estilo jogo de interesses.
Com tamanha intensidade e volume de ocorrências, o assunto abre portas para abordarmos as falhas da nossa companheira diária: a internet.
Não suficiente pessoas reais compartilhando notícias falsas com ou sem intenção de fazê-lo, a rede possui mais de 49 milhões de robôs no Twitter, cerca de 60 milhões de bots no Facebook, que controlam mais de 2 bilhões de usuários, segundo artigo da Science. E tais mecanismos estão aí, espalhando vídeos, imagens, artigos de acordo com o interesse de quem os programa e controla.
Infelizmente ainda não existe nenhuma fórmula mágica de combate a essas notícias falsas, o que tem sido feito é trazer o assunto à tona e buscar formas de debatê-lo com quem trabalha com isso, além de alertar a quem faz o papel de espectador, porém influencia por aí com seus likes e shares.
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