A manutenção da amizade – por Edson de Oliveira

Amigos saem de nossa vida com a mesma facilidade com que entram nela, seja porque se mudam da rua, do bairro, da cidade, do estado, do país, da escola, do emprego, de onde quer que os tenhamos conhecido, seja porque se decepcionam conosco, seja porque se cansam de nós, seja porque morrem.

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Fazer amizade é tão fácil quanto perdê-la, principalmente quando ela envolve negócios, porque, como muitos já me disseram, amigos, amigos, negócios à parte. Portanto, se você quiser correr o risco de perder um amigo, faça negócios com ele, porque a probabilidade de a amizade entre vocês acabar é maior do que você imagina. Inclusive por você não querer abusar da amizade dele, como já aconteceu comigo, que perdi amigos só porque eu disse a eles que ajuda só em caso de eu pedir.

Minha resistência em aceitar ajuda de quem acho que já me ajudou além da conta só não me fez perder mais amigos porque nem todos eles me levam a sério quando lhes digo que estão proibidos de oferecer-me ajuda além do que minha humildade permite.

Se não me engano, a última pessoa que entrou em minha lista de amigos foi um morador do condomínio onde moro que, antes de ir trabalhar no Japão, deixou a impressora de que eu e minha família utilizamos e a saudade de tantas cervejas que ele me convidou para tomar na casa dele.

Segundo “Provérbios” (18,24), amigos podem nos levar à desgraça, mas existem amigos mais queridos que um irmão, como no primeiro caso, já me provaram muitos e, no segundo, poucos.

Talvez seja pela consciência que temos de que, assim como todo relacionamento, a amizade se desgasta, morre, que muitos queremos ter um milhão de amigos. Posto que, por mais que conquistemos amigos, um dia, vamos perdê-los, que a amizade seja eterna enquanto dure.