O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) já é, no Brasil, a avaliação mais consagrada para o ingresso nas universidades. Instituído em 1998, inicialmente com o intuito de avaliar o desempenho dos estudantes concluintes do ensino médio, desde 2009 o exame vem sendo utilizado como a principal forma de acesso à instituições de ensino superior.
As provas abarcam quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias, além da redação. E as notas do Enem são usadas no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e no Programa Universidade para Todos (ProUni), além de mais de 50 instituições de educação superior portuguesas.
A primeira edição do Enem em 98 teve 157.221 inscrições e as provas foram aplicadas em 184 municípios brasileiros. Em 2022, foram 3.396.597 inscritos e as provas devem ocorrer em cerca de 1.700 municípios. Esses números fazem do Enem o segundo maior exame vestibular do mundo, atrás apenas do Gao Kao na China.
Para o coordenador do pré-vestibular do Sistema Gabarito de ensino, Saulo Campos, o sucesso da aprovação no Enem passa por contar com uma boa equipe de professores, manter o foco na disciplina e a utilização de ferramentas de avaliação e correção. “O aluno deve ter um bom plano de estudos e desenvolver habilidades, reconhecendo as forças e melhorando o desempenho dos pontos fracos”, diz o professor.
A avaliação já caiu no gosto dos estudantes e já foi tema de elementos da cultura pop, como os memes dos atrasados do Enem, que virou tema inclusive de um podcast apresentado pelo jornalista Chico Felliti. Na época da rede social Orkut, as comunidades de resolução de questões e estudos compartilhados eram opções para quem não tinha tanto acesso a materiais e ensino a distância. Hoje, o Facebook abriga centenas de grupos dedicados ao tema, com a mesma finalidade.
A forma de avaliação também é diferente do que se costuma ver em outras provas. A correção é feita a partir do método de Teoria de Resposta ao Item (TRI), em que questões mais fáceis têm um peso diferente das mais difíceis, o que pode fazer com que duas pessoas que acertaram a mesma quantidade de questões possam ter notas diferentes. “No Gabarito, utilizamos essa ferramenta por meio do Sistema Ari de Sá, que aplica a correção TRI nos simulados feitos pelos estudantes. Nosso aluno consegue saber, por exemplo, a própria colocação entre os colegas da escola e entre os usuários da plataforma em nível nacional”, explica Saulo.
Já o formato do Enem deve mudar nos próximos anos. Até 2026 o exame deve completar a implantação da aplicação digital. Atualmente, mais de 50 mil pessoas já realizaram a prova nesse meio, que vem sendo testado a cada ano, desde 2020. Com a mudança, diferentes tipos de questões poderão ser propostos, utilizando gamificação, infografias, vídeos, entre outros. “Daí a importância de os candidatos estarem bem familiarizados com os recursos digitais, como o que oferecemos na plataforma eGaba, e utilizando dessas ferramentas em seus estudos”, lembra Saulo.
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