Ainda que estejamos falando de uma eleição distante para grande parte da população, já é possível visualizar a principal temática que será tratada pelas campanhas. Campanhas essas que incluem, óbvia e principalmente, a corrida para a presidência da república, mas, também, dos governos estaduais e suas respectivas assembleias legislativas.
A temática da próxima campanha eleitoral será, em grande parte, coberta pela pauta da retomada econômica. Pauta secundária em outras eleições, nas quais temas como saúde, segurança e educação costumavam predominar, a economia passa à frente como item de primeira necessidade, tendo em vista a pandemia da COVID-19 e seus reflexos na situação econômica de boa parte das pessoas.
Mesmo sendo de longa data que as dificuldades econômicas são comuns ao nosso país, e consequentemente, a parte significativa dos brasileiros, elas não têm sido temas de uma abordagem mais profunda e sistemática pela classe política.
O crescimento econômico do Brasil vem esbarrando ao longo dos anos em uma espécie de estagnação social impregnada, uma ausência de dinamismo, onde nossa população, pelas mais variadas razões, não busca se desenvolver economicamente.
Acredito que as pessoas irão esperar dos representantes um olhar profundo sobre o futuro econômico, especialmente no curto prazo
Alessandra Fedeski
Assim, até a chegada do coronavírus, a pauta econômica foi abordada em escala menor pelas campanhas de uma forma geral, pois não encontrava grande respaldo no eleitor médio, como era de se esperar. Agora, porém, o cenário mudou e famílias, abaladas pela perda de seus integrantes, com medo de se contaminar, com mudanças nas relações de trabalho, precisam, ainda, batalhar pela sobrevivência financeira.
Diante dessas circunstâncias e para além da pauta de compra de votos, acredito que as pessoas irão esperar dos representantes um olhar profundo sobre o futuro econômico, especialmente no curto prazo.
As propostas e os debates dos atores políticos que não se aproximarem minimamente desta temática correrão forte risco de perder força, ainda que sejam necessárias e tenham coerência.
*Alessandra Fedeski é jornalista com especialização em marketing político.
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