Um post lançado no Facebook em 6 abril e fixado no topo do feed de notícias nos últimos dias convida os usuários a identificarem notícias falsas que podem surgir na rede. A medida faz parte de série de ações da empresa para evitar a disseminação de inverdades na plataforma e está disponível para usuários em 14 países. No Brasil, o trabalho contou com o apoio do Instituto de Tecnologia & Sociedade do Rio, da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).
Com o nome “Dicas para identificar notícias falsas”, o post apresenta 10 tópicos que podem ajudar o usuário a verificar boatos e ler notícias de maneira mais crítica. Entre as principais orientações, o Facebook recomenda conferir a data de publicação do texto, analisar o veículo que o publicou, buscar outras reportagens que tratem do assunto e ser cético com as manchetes.
A líder de parcerias de mídia do Facebook para a América Latina, Cláudia Gurfinkel, ressalta a importância da iniciativa. “Embora as notícias falsas não sejam apenas um problema do Facebook, queremos ter a certeza de que estamos fazendo a nossa parte para conter a disseminação desse tipo de conteúdo em nossa plataforma”, afirma. “O desenvolvimento de novos produtos para impedir a propagação dessas notícias e melhorar a diversidade da informação é mais um passo em direção ao combate à desinformação, dentro e fora do Facebook.”
A ferramenta faz parte de série de iniciativas que têm surgido desde o ano passado, quando a plataforma foi alvo de questionamentos a respeito de seu desempenho nas eleições presidenciais americanas. Na época, diversas notícias falsas sobre os presidenciáveis foram compartilhadas na rede.
Além da ferramenta, o Facebook tem desenvolvido outras formas de ajudar as pessoas a tomarem melhores decisões em relação ao conteúdo que leem na internet. Na terça-feira, 25 de abril, por exemplo, a plataforma anunciou teste que altera a posição em que os artigos relacionados aparecem no feed. Se anteriormente eles surgiam após a leitura das publicações, agora as recomendações de textos de diferentes veículos de comunicação aparecem antes. A ideia é incentivar o conhecimento e o debate de assuntos que estão sendo comentados por muitas pessoas.
Outro projeto que a plataforma divulgou recentemente é a News Integrity Initiative, consórcio global que pretende ajudar as pessoas a julgarem melhor as notícias que leem e compartilham online. A iniciativa conta com a colaboração de organizações como a Fundação Ford e pretende financiar pesquisas, projetos e encontros relacionados ao jornalismo.
Confira abaixo a íntegra das dicas do Facebook para identificar notícias falsas na rede.
Dicas para identificar notícias falsas:
- Seja cético com as manchetes. Notícias falsas frequentemente trazem manchetes apelativas em letras maiúsculas e com pontos de exclamação. Se alegações chocantes na manchete parecerem inacreditáveis, desconfie.
- Olhe atentamente para a URL. Uma URL semelhante à de outro site pode ser sinal de alerta para notícias falsas. Muitos sites de notícias falsas imitam veículos de imprensa autênticos fazendo pequenas mudanças na URL. Você pode ir até o site para verificar e comparar a URL de veículos de imprensa estabelecidos.
- Investigue a fonte. Certifique-se de que a reportagem tenha sido escrita por fonte confiável e de boa reputação. Se a história for contada por uma organização não conhecida, verifique a seção “Sobre” do site para saber mais sobre ela.
- Fique atento a formatações incomuns. Muitos sites de notícias falsas contêm erros ortográficos ou apresentam layouts estranhos. Redobre a atenção na leitura se perceber esses sinais.
- Considere as fotos. Notícias falsas frequentemente contêm imagens ou vídeos manipulados. Algumas vezes, a foto pode ser autêntica, mas ter sido retirada do contexto. Você pode procurar a foto ou imagem para verificar de onde ela veio.
- Confira as datas. Notícias falsas podem conter datas que não fazem sentido ou até mesmo datas que tenham sido alteradas.
- Verifique as evidências. Verifique as fontes do autor da reportagem para confirmar que são confiáveis. Falta de evidências sobre os fatos ou menção a especialistas desconhecidos pode ser indicação de notícias falsas.
- Busque outras reportagens. Se nenhum outro veículo na imprensa tiver publicado reportagem sobre o mesmo assunto, isso pode ser indicativo de que a história é falsa. Se a história for publicada por vários veículos confiáveis na imprensa, é mais provável que seja verdadeira.
- A história é uma farsa ou uma brincadeira? Algumas vezes, as notícias falsas podem ser difíceis de distinguir de conteúdo de humor ou sátira. Verifique se a fonte é conhecida por paródias e se os detalhes da história e o tom sugerem que pode ser apenas uma brincadeira.
- Algumas histórias são intencionalmente falsas. Pense de forma crítica sobre as histórias lidas e compartilhe apenas as notícias que você sabe que são verossímeis.