De acordo com projeção da McKinsey divulgada no ano passado, 80% dos negócios entrevistados indicaram continuidade ou intenção de aumento nos investimentos com automação. Já segundo a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), os fatores que mais direcionam as empresas para o conceito de indústria 4.0 são a produtividade e a redução de custos. Neste contexto, o Grupo Açotubo, que foca na distribuição de aço no Brasil e na América Latina, investiu no software Syneco, da SKA, para automatizar o fluxo de produção das máquinas em três unidades da empresa.
A solução de monitoramento de produção reduziu o tempo ocioso dos maquinários, permitiu acompanhar os status de funcionamento, os tempos de parada e o período ideal para manutenção. O investimento de R$ 600 mil já promoveu avanço de 105,2%, ou seja, apenas na fase de implantação do sistema já foi possível mais do que dobrar a produtividade nas unidades matriz, inox e soluções, além da filial em Canoas.
“A otimização de processos permitiu que a empresa registrasse ganhos operacionais significativos evitando corte de custos em outras áreas, como a de pessoal. Além disso, os ganhos em eficiência aconteceram em lugares onde novas contratações não atingiram o mesmo resultado”, explica Luiz Felipe Silva, Supervisor de Planejamento da Açotubo. “A tecnologia foi implementada para apontar onde estão os fatores de improdutividade e como reduzir os custos a partir do índice chamado OEE, que mede a eficiência dos equipamentos”, completa.
O padrão OEE foi desenvolvido em uma montadora japonesa e se tornou referência global, considerando três pilares de medição: disponibilidade, performance e qualidade, tendo como parâmetro 85% de eficiência produtiva.
No período de implantação do sistema, com a otimização do tempo de parada de máquinas, a empresa identificou um aumento no número de peças produzidas de 9,5 mil peças por mês para 19,5 mil peças mensais. O investimento para a implantação foi de R$ 600 mil e pode chegar a R$ 1 milhão para a extensão da melhoria para todas as unidades. A Açotubo tem ao todo 7 unidades, com cerca de 900 funcionários.
“O sistema oferece um ganho considerável de eficiência e no futuro podemos pensar em uma integração direta com marketplaces na internet e poder monitorar todo o processo de fabricação e vendas”, afirma o supervisor.
O projeto começou em agosto de 2021 e a implantação em três das sete unidades da empresa teve início em meados de 2022. A solução é composta por um software de monitoramento e análise de dados e uma parte em hardware que permite interação para acompanhar os status operacionais e dos equipamentos. A fase de testes durou três meses e o resultado foi um fluxo mais eficiente.
“Através do sistema, conseguimos verificar qual é a máquina que está em operação, o produto e até o período de maior ociosidade. Além da matriz, a tecnologia está sendo implantada nas plantas de Canoas (RS) e, depois, no Paraná e em Minas Gerais. No futuro, a empresa quer medir e acompanhar todo o seu recurso de maquinários”, finaliza Silva.
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