Levantamento da consultoria especializada em recrutamento Michael Page apontou o crescimento de 50% na busca de profissionais ESG no setor do agronegócio neste ano. Avaliações do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), projetam que o setor deve representar 25,5% do PIB nacional em 2022.
Informações preliminares de uma pesquisa realizada pela PwC indicam que Agtechs precisarão investir em governança se quiserem crescer. O estudo realizado com 169 startups brasileiras analisou dados de 33 startups do setor e sinalizou a necessidade de transparência e governança para refletir o amadurecimento das empresas.
A tendência foi adiantada no estudo “Pesquisa Anual Global de CEOs 2021”, também da PwC, que, entre alguns insights, revelou que 47% dos líderes brasileiros do agronegócio acreditam que suas empresas precisam fazer mais para divulgar seu impacto ambiental, ante 39% do resultado global. Tais preceitos fazem parte das estratégias de ESG.
A sigla ESG (Environmental, social, and corporate governance) – governança ambiental, social e corporativa em português – representa os valores que empresas e instituições adotam em prol de um mundo mais justo e sustentável com ações assertivas e certificadas. A Organização das Nações Unidas (ONU) define os objetivos para o desenvolvimento sustentável e o profissional ESG deve estar atento às práticas recomendadas.
Em entrevista, o diretor da Michael Page para Agro, Stephano Dedini, afirmou que a busca de profissionais ESG no setor agro é consequência da evolução tecnológica e das cadeias produtivas sustentáveis. Entre os cargos em destaque estão: head de sustentabilidade, gestor de projetos para carbono eficiência e especialista em ESG.
Setor apresenta oportunidades e desafios
Evandro Ribeiro, Diretor de Curadoria do FestQuali, festival de Qualidade e Inovação, que será realizado no mês de novembro em Curitiba acrescenta, sobre o tema: “a maioria dos profissionais de ESG está nas áreas urbanas e industriais, o que faz com que haja uma demanda ainda não atendida no mercado do agro”, afirma.
Com base em dados do relatório “Agronegócio: desafios à competitividade do setor no Brasil”, realizada pela Associação Brasileira de do Agronegócio (ABAG), de 2020, com diversos stakeholders do agronegócio, Ribeiro observa: “o levantamento mostrou o tema da governança e gestão como segundo principal gargalo do setor no Brasil, atrás somente da infraestrutura”.
Em relação à imagem do agronegócio brasileiro perante o mundo, o ministro da Agricultura, Marcos Montes, afirmou durante o 30º Congresso e ExpoFenabrave, no dia 21 de setembro, que o Brasil utiliza apenas 7,6% de suas terras na agricultura e é um dos poucos países do mundo capazes de aumentar a sua produção agrícola sem incorporar novas áreas à atividade produtiva.
Sobre essa questão, Ribeiro ressalta a importância da atuação dos profissionais do ESG em prol do setor e finaliza: “O Brasil sofre diversas pressões externas com relação à pauta de sustentabilidade no processo alimentar. É importante que os profissionais possam dar visibilidade às ações positivas e, naturalmente, incorporá-las definitivamente ao agronegócio, o que é positivo tanto para produtores quanto para a sociedade”.
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