Dados de um levantamento divulgado no final do ano passado pela Revelo, plataforma especializada no segmento de Inteligência Artificial, mostraram que 35% dos profissionais da plataforma pertencem à Geração Z, que engloba as pessoas nascidas entre 1995 e 2010, sendo a maioria entre aqueles que responderam à pesquisa. Mais de 900 pessoas foram entrevistadas.
Ainda segundo o estudo, 72,6% dos profissionais já estão empregados, a carreira de desenvolvedor é a mais buscada (36%) e, em comparação com dados de 2020, houve alta de 55,5% na média salarial dos profissionais de TI. um salto de R$ 6,020,41 para R$ 9,364,41.
Números de outros países ajudam a perceber a tendência de destaque para o setor e a busca pelos mais jovens. Por exemplo, informações da Associação Nacional de Faculdades e Empregadores dos EUA indicam que o salário inicial de um profissional de ciência da educação girava em torno de US$ 6 mil.
A alta demanda por profissionais especializados, que gerou a busca de profissionais recém-formados ou mesmo em fase final de formação, também é destaque nos EUA. O CEO da plataforma de recrutamento Hired afirma que o salário para o primeiro ano na área de tecnologia ultrapassa os US$ 9 mil.
Panorama da TI
Informações do Relatório Insights Report, publicado pela Assespro-PR em agosto do ano passado, dão conta de que há por volta de 275 mil empresas especializadas em TI em atividade no Brasil, demonstrando o vigor do segmento.
Especialista e CEO da Pasquali Solution, Leonardo Pasquali, afirma que apesar de a programação de softwares ser cada vez mais popular no imaginário de jovens profissionais e da sociedade como um todo, ela permanece sendo complexa e demandando que se estude bastante para se ingressar na área.
Para o profissional, a base de qualquer tipo de programação, como basicamente qualquer linguagem, envolve estudar lógica de programação e principalmente, gostar de fazer isso. “Acredito que isso acabe afastando um pouco o interesse da maior parte dos jovens”, afirma.
Pasquali prossegue: “O mundo gira em torno do digital. No passado recente grandes empresas começaram suas transformações digitais, visando atender processos internos de negócio como processamento de dados e gestão interna”. E complementa: “Atualmente, tudo relacionado ao negócio e à própria oferta de produtos e serviços muitas vezes só se dá através de plataformas digitais como aplicativos web ou mobile”.
Demanda e escassez profissional
Além disso, o estudo da Assespro-PR indicou, em dezembro de 2022, que 632 mil pessoas estavam empregadas em áreas relacionadas à tecnologia no Brasil. Apesar destes números, a consultoria empresarial McKinsey estima que haverá cerca de 1 milhão de profissionais a menos do que vagas disponíveis no Brasil até 2030.
De acordo com Leonardo Pasquali, é exatamente a demanda altíssima de profissionais qualificados que molda a necessidade e que faz com que os salários se inflacionem demais. “Veja, é como um leilão – quem paga mais, acaba contratando o profissional especializado”, comenta.
Por fim, o CEO da Pasquali Solution, empresa especializada no outsourcing de profissionais de TI, em especial Desenvolvedores de Software, pondera: Para as empresas, não é incomum que projetos de software, dada sua importância estratégica, contem com orçamentos altíssimos, portanto, pagar muito a um profissional não será problema”.
Segundo Leonardo, tais empresas entendem que teriam problemas muito maiores caso não entregassem os projetos a serem desenvolvidos. O relatório da McKinsey indica, ainda, que o Brasil forma um profissional de TI para onze advogados ou administradores. Em comparação, na Índia, a proporção é de um para três. Esta desproporção pode ajudar a explicar os salários cada vez mais em alta no setor.
Para mais informações, basta acessar: www.pasqualisolution.com.br