Rita Moraes, uma das fundadoras da Losbragas, em 2012, junto com sua irmã, a atriz e diretora Alice Braga e com o diretor e roteirista Felipe Braga, deu entrevista à Imprensa Mahon. Contou sobre a trajetória de sucesso da produtora, que já fechou contrato de duas séries com a Netflix: o sucesso “Samantha!” e “Sintonia”, dirigida por Kondzilla e com estreia prevista para 2019.
Questionada por Krishna Mahon sobre qual dica daria para um produtor iniciante, Rita avisou… “Se você quer ser produtor, o melhor caminho é arrumar trabalho numa produtora que esteja desenvolvendo um trabalho em que você acredita. Leve seu currículo para pessoas que você gosta, procure pessoas que trabalhem nessa empresa e que vão te dar uma entrada. É muito importante você gostar e se dar bem com as pessoas com quem você se relaciona, porque vão existir desentendimentos, e você muito rápida e profissionalmente terá que superá-los. E também é importante você acreditar naquilo que está fazendo, gostar e confiar muito que está dedicando sue tempo para algo que você acredita”.
Para Rita Moraes, a melhor forma de começar no entretenimento é no departamento de produção, porque lá se tem contato com as necessidades de todos os outros departamentos, e fica mais fácil identificar as áreas em que você tem mais talento, onde está sua vocação.
Ao falar sobre o mercado atual, Rita afirmou que um dos problemas hoje é que não temos equipes o suficiente para suprir as demandas. “Estamos com esse problema hoje, temos equipe excelentes que não dão conta do tamanho da demanda. Se você somar canais, plataformas internacionais e editais, não tem gente pra todo mundo. Um executivo da Netflix veio pra cá e fez um encontro com produtores que já tinham fechado ou que estavam em negociação com eles. Ele disse que sua ambição era até o final do ano que vem fazer 20 séries no Brasil. Tadinho, nós rimos dele: ‘Com 20 equipes A só pra você? Esquece a Globo, a FOX, a Turner? Para tudo para você fazer 20 séries? Não dá.’ Mas Olha que problema bom”, disse rindo.
Ao falar sobre a criação da Losbragas, e no que sua produtora acredita, Rita disse: “Acreditamos em primeiro lugar que as leis de incentivo deveriam servir para as pessoas que não têm entrada no mercado. Vamos nos esforçar ao máximo para não depender disso. Em segundo: Não fazemos publicidade porque não somos bons nisso. Precisa ter uma musculatura, um relacionamento e um entendimento de mercado. Falar sua linguagem e entender suas necessidades. Não dá pra falar: ‘Vou entrar em publicidade porque vai dar dinheiro, mas eu odeio’. Você nunca vai se dar bem com o que você odeia”, ensinou.
“Nunca abra a câmera quando você não tem seu orçamento totalmente fechado. Quando você não sabe de onde vai sair o dinheiro. Não ache que a pós-produção se resolve na pós, porque não vai resolver. Não adianta filmar tudo e depois procurar o dinheiro da pós porque não vai dar certo. Não comece uma produção se você não sabe da onde você vai conseguir dinheiro para o orçamento, ou você volta pra sala de roteiro e adéqua sua narrativa pra caber no dinheiro que você tem, ou segura a ansiedade e ache o financiamento, as formas e os parceiros que vão te possibilitar a botar aquele circo na rua”.
“Se você leu o roteiro e você não acreditou nele, não o faça”.
“Se você está numa produção, situação, equipe ou empresa com as quais você tem questões, não as viralize. Não faça conversinhas de bebedouro, porque piora. Produção é como uma orquestra, e com muito ‘zun zun zun’a coisa vai desandar e vai ser ruim pra você também”.
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