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Arie Halpern: Júpiter participa do passado e do futuro da existência da Terra

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Após a divulgação das primeiras imagens do telescópio James Webb, com detalhes de um berçário de estrelas Nebulosa Carina, a Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA) trouxe a público imagens do planeta Júpiter. Nesse ponto, vale a pena uma reflexão sobre a relevância dos estudos sobre o gigante do sistema solar: o passado e o futuro da Terra estão conectados com esse planeta.

Por que, entre os apontamentos de astrônomos, há apenas um episódio de provável choque de cometa ou asteroide de porte relevante com a Terra? No caso, esta é a hipótese apresentada para o grande evento de extinção dos dinossauros há 66 milhões de anos.

O efeito de Júpiter

O planeta, que leva o nome do Rei dos Deuses romanos, tem massa 318 vezes maior que a Terra e 11 vezes o raio do planeta (proporção de uma bolinha de gude para uma bola de basquete). Esse gigante detém um campo gravitacional que acaba por bloquear a passagem de boa parte dos cometas e asteroides de porte mais relevante. Tanto que há um cinturão de asteroides entre Júpiter e Marte.

Durante a busca por imagens de Júpiter, o Telescópio James Webb realizou um teste de “limite de velocidade” para aferir a capacidade de produzir boas imagens de um alvo móvel. No caso, as lentes foram apontadas para um asteroide chamado 6481 Tenzing, localizado justamente no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Os dados demonstraram que o Webb rastreia alvos do sistema solar e produz imagens e espectros com detalhes sem precedentes.

No fim das contas, monitorar a evolução desse grande planeta pode ser decisivo para o futuro, no longo prazo. Conseguir dados precisos sobre a órbita percorrida por Júpiter e a implicação dessa trajetória e oscilações do campo gravitacional pode resultar na qualificação do monitoramento de cometas e asteroides.

O tema é levado a sério pelas agências espaciais. A NASA está trabalhando no desenvolvimento do primeiro programa de defesa espacial e os testes começaram com o Double Asteroid Redirection Test (DART).

O objetivo é alterar a órbita de asteroides através do impacto cinético, lançando uma espaçonave contra o menor membro do sistema binário de asteroides. A sonda que realizará esse primeiro teste já está a caminho e deve atingir o destino no dia 26 de setembro.

Os investimentos em programas para desenvolvimento de tecnologias disruptivas são relevantes para as mais distintas áreas. E essa capacidade humana pode ser o fator mais importante para a perpetuação da espécie.

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