A osteoartrose é uma doença degenerativa que se caracteriza pelo desgaste das cartilagens que revestem as extremidades dos ossos nas articulações. Essa condição, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, é como um intruso silencioso que chega sem alarde e, aos poucos, mina a cartilagem causando dor, rigidez e limitações de movimento.
Uma pesquisa recente realizada pelo Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME) dos Estados Unidos, projetou informações preocupantes: quase 1 bilhão de pessoas serão afetadas pela doença até 2050. Ainda segundo o estudo, em 1990 a artrose afetava 256 milhões de pessoas em todo o mundo. Já em 2020, esse número era de 595 milhões.
Atualmente, as opções para lidar com a osteoartrite incluem exercícios, fisioterapia, uso de bengalas ou talas, adaptações na casa, analgésicos e cirurgia (incluindo substituição da articulação). No entanto, essas são medidas paliativas, pois essa condição não tem cura – existem ações preventivas e atividades, contudo, que podem ajudar a minimizar os riscos e promover o bem-estar.
De acordo com o ortopedista especialista em cirurgia de quadril e joelho, Dr. Marco Aurélio S. Neves, estudos têm mostrado que os exercícios físicos podem reduzir as dores, aumentar a sensação de bem-estar e trazer qualidade de vida. “Não é necessário passar muito tempo se exercitando. Cerca de 30 minutos, cinco vezes por semana, é suficiente para sentir os benefícios e fortalecer a musculatura, o que ajuda a evitar ainda mais lesões”.
Fortalecer os músculos que envolvem a articulação afetada é fundamental para protegê-la e reduzir a dor. “Quem pratica esportes sem se preparar previamente, sem orientação e com volume e intensidade acima da capacidade tem riscos enormes de acelerar a doença. No geral, eu costumo indicar algumas atividades, sempre com orientação de um profissional e sem exageros”, explica o médico.
Neves afirma que quem tem artrose não deve ficar parado. Porém, todo exercício depende do estágio em que a doença está e do tipo de atividade física que será executada. “Natação, hidroginástica, pilates e caminhada, por exemplo, são exercícios de baixo impacto nas articulações que protegem o corpo contra doenças cardiovasculares e ajudam no fortalecimento muscular”.
Tratamento pode variar para cada paciente
Identificar a doença em estágios iniciais é crucial para o tratamento e para oferecer uma melhor qualidade de vida ao afetado. Cada paciente é único e os medicamentos devem ser indicados pelo ortopedista. Eles podem incluir analgésicos e anti-inflamatórios para aliviar a dor e o inchaço das articulações. Pomadas anti-inflamatórias também podem ser aplicadas diretamente na área dolorida. Além disso, existem medicamentos que contêm substâncias que ajudam a regenerar a cartilagem das articulações, protegendo-as da degeneração.
A fisioterapia, porém, é uma das principais aliadas no tratamento, pois pode ajudar a diminuir a dor e o desconforto por meio de aparelhos, recursos térmicos e exercícios de mobilização e fortalecimento.
O tratamento deve ser personalizado de acordo com as características da artrose e a avaliação do profissional de saúde. Em último caso, quando medicamentos e fisioterapia não são suficientes para aliviar a dor e a limitação funcional, a cirurgia pode ser indicada. O ideal, segundo o Dr. Marco Aurélio S. Neves, é seguir as recomendações médicas e adotar um estilo de vida saudável para minimizar os sintomas da artrite.
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