A cada dia que passa, fico mais e mais apaixonado pelo mundo do vinho. É um universo inspirador. Digo isso porque quando uma garrafa chega à mesa do consumidor significa que a uva, matéria-prima da bebida, venceu todas as etapas de um complicado processo produtivo. Ela superou as pragas do vinhedo, as intempéries climáticas, a colheita, o rito meticuloso da fermentação, o descanso em ambiente apropriado após o engarrafamento até, por fim, chegar às lojas.
Mesmo que o consumo da bebida venha crescendo no mundo todo, ainda é possível dizer que o vinho é feito de maneira artesanal. Claro que a modernidade já chegou às vinícolas, há inúmeros processos de automação para que a garrafa chegue até você. No entanto, a mão do produtor faz diferença. A percepção de quem está dia e noite no vinhedo, analisando o desenvolvimento das bagas, desde a florescência – frutificação e amadurecimento da fruta -, é fundamental.
Fora isso, há outro complicador que diz respeito ao clima. Para se ter uma ideia, no último ano mais de 50% da safra do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, foram perdidos por conta das fortes geadas que atingiram a região. E não falo apenas do prejuízo financeiro, mas sim de tempo, dedicação e esforço. É uma perda irreparável. Aqui, o fator externo também é difícil ser controlado e pode arruinar todo um trabalho.
Mas o que isso tem a ver com a sua empresa? Tudo. Imagine que sua marca acaba de entrar no mercado. Ela é uma videira em estágio inicial. Ou seja, ainda não rendeu a primeira safra. Para que isso aconteça, ela vai demandar muito empenho e, principalmente, paciência algo que – como se sabe – anda bastante escasso ultimamente.
Durante o primeiro ano da videira, ou melhor, da sua empresa, você terá de se dedicar ao máximo com o objetivo de entregar o melhor produto ou serviço dentro das condições existentes. Continuando na analogia proposta, é preciso estar presente no parreiral para checar se as folha estão sadias, se há sinais de pragas na plantação, como está o teor de açúcar das uvas, enfim, é necessário fazer a lição de casa e tomar medidas emergenciais caso seja preciso. Há que estar atento.
Com o término do primeiro ciclo, chega o momento da colheita. Seu trabalho está quase chegando ao mercado. Mas ainda é preciso fazer o arremate final, transformar a uva em vinho de qualidade. Nessa etapa, a matéria-prima dará vida ao seu produto ou serviço.
Desse ponto em diante, é hora de se destacar no mercado. E como ser diferente em um período em que tudo parece igual? Como mostrar que seu produto ou serviço é melhor do que o dos concorrentes? Como diferenciar seu vinho na concorrida prateleira do supermercado?
É aí que surge um personagem importante: o relações públicas. É esse profissional que terá a função de contar histórias sobre o seu produto ou serviço. É ele quem vai pôr em prática inúmeras iniciativas que busquem impactar jornalistas e influenciadores, com o objetivo de conquistar o mercado, diferenciando sua empresa das demais.
É um longo caminho. Sem dúvida. Mas é um esforço que vale a pena. Sem contar que, ao final, poderá ser recompensado com uma deliciosa taça de vinho entre todos os envolvidos no trabalho.
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Daniel Agrela. Jornalista, responde pela área comercial da Digital Trix. Graduando em Viticultura e Enologia pelo Instituto Federal de São Paulo.
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