Liberdade de expressão não é liberdade de ofensa. O pessoal não entendeu – ou ainda finge não entender – que nesse mundo altamente “rastreável”, atacar, xingar ou tramar virtualmente não compensa. Claro que gente idiota existe e seguirá existindo, mas os mal informados são muitos mais. E não precisa ir longe para trombar com uma toupeira humana dessas.
A regra é simples: discordar pode, criticar também, argumentar é melhor ainda. Ofender, não.
Faça um rasante por matérias polêmicas e perfis quentes em redes sociais e mergulhe na caixa de comentários. É lá que a magia acontece: adolescentes, homens e mulheres feitos e acima de qualquer suspeita no mundo real tornam-se racistas, antissemitas, homofóbicos e vários outros tipos criminosos em um rajar de cliques.
Dolorido é ver, graças a uma dessas métricas das próprias redes, que algumas dessas aberrações vêm de nossos amigos ou colegas, uma vez que os comentários deles aparecem em primeiro.
Entre opinar e ofender, vai uma distância abismal. Se eu já ofendi alguém? Provável, em algum estágio desses 44 anos de vida – e também provavelmente antes “do advento das redes sociais”. E por quê? Porque descobri cedo que rede social é vida pública, e não privada.
Não que entre quatro paredes eu saia desrespeitando as pessoas, xingando ou batendo no peito para defender discursos de ódio apaixonadamente. Longe disso, bem longe, diga-se.
No Facebook, LinkedIn, Instagram e Twitter, as redes que uso mais, entretanto, a imensa maioria dos meus contatos não faz parte do meu circulo de amizades, não conhece meus filhos, sequer me viu pessoalmente.
Por que, então, me engalfinharia em um barraco virtual que não dará em nada e/ou sairia atirando contra esse e aquele sem nenhum argumento, passando recibo de sociopata só porque acordei num mau dia?
Para encarar meus demônios, vou à Erica semanalmente, minha psicanalista.
Haters gonna hate
Como eu já me posicionei bastante nessa vida, haters não faltam no meu caminho. Na maioria dos casos, trato com chacota. Se pesar demais ou ofender a mim ou os demais seguidores, denuncio à rede social e um bom block resolve.
Mas há ofensas e ofensas, certo?
Ultrajes virtuais têm o mesmo peso do mundo real, se considerados criminosos pela Justiça. Com o agravante de serem cometidos perante centenas ou milhares de pessoas.
Aí a conversa muda. O passo a passo é simples: primeiro, denuncie o hater para a rede social em que ocorreu o ataque. Depois, vá ao site da Safernet, o denuncie.org.br. Se possível, guarde o maior número de dados de quem fez a ofensa.
Com as provas em mãos e o protocolo da denúncia, registre boletim de ocorrência. Você pode, ainda, lavrar ata notarial ao cartório, levando as evidências.
E não se acanhe. Haters gonna hate (odiadores vão sempre odiar) e o nosso papel é sufocar a sua mediocridade no ninho.
No LinkedIn, já há quem inove printando as ofensas e enviando direto aos RHs e colegas do odiador de plantão. “Olha os danos que seu gerente/coordenador/TI/diretor tem causado a sua empresa” é a frase padrão.
Discutível.
Agora, que deve ser efetivo, ah, isso deve.
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