O carro por assinatura é uma realidade que vem ganhando o gosto de novos motoristas que trocam certas obrigações por uma eventual economia. Essa mudança de hábito tem sido gradativa, mas numa curva crescente, e consiste, primariamente, em desapegar da propriedade de um carro em troca da posse do mesmo.
De acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), a frota das empresas de locação destinada para o carro por assinatura cresceu 16,4%, entre janeiro e setembro deste ano. Pegando carona na mudança de comportamento das pessoas motivadas pela pandemia por Covid-19, a tendência é que a participação do carro por assinatura possa até dobrar no médio prazo, já que essa é uma modalidade que veio para ficar, segundo o presidente da Associação, Marco Aurélio Nazaré, que acrescenta ainda que a “mudança de comportamento em relação ao transporte e à mobilidade”.
Conforme observa Márcio Klepacz, CTO da ComparaCar, a instabilidade econômica combinada as inovações do mercado automobilístico contribuem para essa mudança de perfil. “O país está se recuperando de um cenário econômico desfavorável – assim como o mundo – e que afetou muito a indústria automobilística. As incertezas com crédito e as altas taxas de financiamento são fatores que inclinam as pessoas a não realizarem a compra de um automóvel, e sim, optarem por assiná-lo”, pontua.
O motorista, por sua vez, precisa analisar e colocar na ponta do lápis o valor da assinatura do carro e as despesas que arcaria caso comprasse um. Ao ser inserido nessa experiência de só pagar o valor da assinatura, abastecer e sair rodando, ainda precisa lidar com outros dois quesitos principais: a procura e a escolha deste veículo, visando obedecer a relação custo-benefício.
Conforme analisa Alan Lewkowicz, CEO da ComparaCar, a inserção de novos modelos de negócios, como a de assinar por um carro, trouxe às pessoas outras opções além da compra. “Só se tinha uma alternativa para adquirir um carro: ir à concessionária, encomendar, pagar à vista ou financiado e, dependendo do modelo, esperar o prazo estabelecido pela concessionária para pegar as chaves”, observa Alan.
Daniel Z. Chohfi, CMO da startup, destaca a tendência desse modelo como um comportamento natural de uma nova geração, visto que esses novos motoristas não carregam sentimentos de valor, como a posse de um bem – algo que soa irretocável para motoristas mais tradicionais.
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