O autor Jorge Neto lança, pela Editora Viseu, o livro “Gerações: A Era de Ouro dos Videogames”, que propõe uma viagem nostálgica e informativa através das primeiras duas gerações de consoles de videogame. A narrativa destaca não apenas os dispositivos, mas os jogos icônicos que definiram cada era.
Para isso, ele coloca seu olhar sobre clássicos como o Atari 2600 e jogos revolucionários como Pac-Man e Space Invaders, apontando como esses games moldaram a indústria e a cultura pop. O autor traz ainda para obra sua visão particular, de quem viveu e se aventurou também na tela dos games.
“Foi um período que eu como criança vivi intensamente. Lembro-me de ter grande parte dos games tratados no livro na minha biblioteca pessoal. Enquanto escrevia os capítulos, lembrava de tardes incessantes jogando River Raid e Enduro. Os sons e temas dos jogos vinham à minha cabeça, como os barulhinhos de Pacman. Cada sentimento de saudosismo, cada momento de alegria que tive com esses jogos, foram traduzidos em palavras ao falar sobre cada um deles”, relata.
O livro começa com uma discussão sobre o Magnavox Odyssey, o primeiro console de videogame doméstico, detalhando sua criação por Ralph Baer e as dificuldades enfrentadas para trazer uma nova forma de entretenimento para as salas de estar.
Mesmo enfrentando dificuldades para realizar pesquisas sobre o tema, Jorge narra a evolução tecnológica e as estratégias de mercado que acompanharam os primeiros anos da indústria, incluindo o impacto do crash dos videogames no início dos anos 1980.
“Como falar sobre a história da indústria dos videogames ainda não é um tema muito recorrente no Brasil em termos de literatura, minhas principais referências foram audiovisuais mesmo. Documentários em canais especializados, como Discovery e History Channel. E na grande maioria, nem eram documentários sobre videogames, mas documentários sobre qualquer coisa que me chamava atenção”, diz.
O autor também aborda o aspecto cultural dos videogames, como eles passaram de uma novidade técnica para uma forma de entretenimento mainstream. Com isso, promove uma discussão sobre a influência dos videogames na música, cinema e outras formas de arte, além de explorar como eles se tornaram uma plataforma para narrativas complexas e experiências imersivas.
Além disso, o autor não se esquiva das controvérsias, como a questão dos direitos autorais e a competição feroz entre as empresas, que muitas vezes levou a batalhas legais e a corridas éticas questionáveis por inovação.
Dessa forma, o livro “Gerações” traça um relato histórico, mas também uma análise da trajetória de uma indústria que continua a evoluir e surpreender. “Apesar de ser um livro que fala sobre jogos de videogame, ele é essencialmente um livro de empreendedorismo. Ele conta inúmeras histórias de homens que eram desacreditados por suas ideias aparentemente bobas, mas que insistiram até o fim e obtiveram sucesso”, destaca.
Mais ainda, o autor tem o propósito de transmitir ao leitor uma imagem contemplativa do futuro dos videogames, considerando os avanços recentes em realidade virtual e inteligência artificial, e especulando sobre como essas tecnologias poderão transformar ainda mais nossa forma de jogar e interagir.
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