Como os jornalistas brasileiros avaliam o governo conduzido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL)? De acordo com a segunda edição do indicador “O2 — Opinião de quem faz opinião”, a resposta é — para a maioria absoluta da categoria — “ruim” e “péssimo”. O levantamento, que foi a campo no decorrer de dezembro de 2021, ouviu a opinião de 168 profissionais de imprensa espalhados por todas as cinco regiões do país.
Organizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE) e pela Kamplie Comunicação, o questionário enviado por meio do Comunique-se 360, solução de mailing imprensa desenvolvida pelo Grupo Comunique-se, mostra, no entanto, que a avaliação do governo federal tornou-se positiva para mais gente inserida em veículos de mídia. Na primeira edição do “O2”, realizado em setembro, 16% responderam que a gestão era boa ou ótima. Agora, a porcentagem de jornalistas que enxergam o governo Bolsonaro dessa forma saltou para 22%.
Em caminho oposto, a avaliação do governo como “regular” caiu quatro pontos percentuais de um intervalo para o outro. De 8% para 4%. Já quem define o trabalho do presidente da República como ruim e/ou péssimo, manteve-se estável, com oscilação de apenas um ponto percentual entre os dois levantamentos — e representa 3/4 dos entrevistados. De 76%, esse indicador fechou dezembro em 75%.
Ainda em relação ao chefe do poder Executivo, os jornalistas brasileiros acreditam que ele foi responsável por atos que deveriam pautar a instauração de processo de impeachment no Congresso Nacional — 70% dos respondentes da edição de dezembro avaliam que, sim, Bolsonaro teria de responder por ações que poderiam lhe tirar do poder. Por outro lado, a maioria absoluta dos entrevistados (56%) acredita que o atual mandatário do país chegará ao segundo turno das eleições deste ano.
E, na visão dos jornalistas brasileiros, a recente ida de Jair Bolsonaro para o Partido Liberal (PL), legenda presidida nacionalmente por Valdemar Costa Neto, não terá relação direta com o sucesso — ou insucesso — do presidente na tentativa de se reeleger. A movimentação partidária é vista como “indiferente” para o pleito por 58% dos entrevistados.
A mais recente edição do levantamento “O2 — Opinião de quem faz opinião” também questionou os profissionais de comunicação do país sobre a chamada “terceira via” para a disputa pelo cargo de presidente da República, em outubro. Neste caso, figuras como Luiz Henrique Mandetta, Luiz Felipe D’Ávila, Rodrigo Pacheco, Simone Tebet, João Doria e Ciro Gomes não terão vez na corrida, ao menos segundo a aposta de boa parte de quem respondeu ao questionário. Para quase metade dos entrevistados, o pré-candidato com maiores chances de se firmar como oponente de Bolsonaro e Lula (PT) atende pelo nome de Sergio Moro. O ex-ministro e ex-juiz foi indicado por 45% dos respondentes.
Na parte da terceira via, na avaliação dos jornalistas a classificação é a seguinte:
OBS: 19% afirmaram não ter opinião formada a respeito da chamada terceira via.
Na edição de dezembro de 2021, que está sendo divulgada agora, os responsáveis pelo levantamento colocaram em pauta o espectro político dos próprios jornalistas brasileiros. As três partes que compõem o bloco central formam a maioria absoluta, com 53% do total de respondentes: centro-esquerda (26%), centro (15%) e centro-direita (12%). Esquerda foi a resposta dada por 19% dos entrevistados, enquanto 10% afirmaram ser de direita. Por fim, 18% preferiram não responder.
A segunda edição do “O2 – Opinião de quem faz opinião” contou ao todo com 13 perguntas. A classe socioeconômica dos jornalistas e os temas que eles acreditam serem as maiores preocupações do povo brasileiro estão presentes no questionário. O relatório completo do levantamento está disponível abaixo, sendo que os casos em que a soma das respostas dão mais de 100% representam arredondamento percentual e/ou questões de múltipla escolha.
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