No fim do ano passado, o multifacetado Marcos Uchôa resolveu colocar um ponto final em sua história como funcionário da Rede Globo de Televisão, onde trabalhou por mais de três décadas. Diferentemente de outros tarimbados profissionais que deixaram a emissora no decorrer dos últimos tempos, ele não pensa em curtir a aposentadoria. Aos 63 anos de idade, o jornalista se planeja para ser um personagem ativo na política brasileira. Para isso, filiou-se ao PSB e, com críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), apresenta-se como provável pré-candidato a deputado federal pelo Rio de Janeiro.
A entrada de Uchôa para a política partidária foi noticiada de forma exclusiva no último fim de semana por Edson Sardinha, diretor de redação do site Congresso em Foco. Na entrevista, o ex-contratado da Rede Globo destacou a sua experiência internacional para avisar que, por causa das atitudes de Bolsonaro, o Brasil deixou de ser visto de forma positiva ao redor do mundo. Ao longo da carreira no jornalismo, Uchôa viajou por 115 países. Acompanhou de perto oito conflitos armados, oito edições da Copa do Mundo de futebol e cobriu 10 edições de Jogos Olímpicos.
Nunca tinha passado por isso, ser malvisto por ser brasileiro
“A imagem do Brasil lá fora está queimadaça, como nunca imaginei”, lamentou o jornalista recém-filiado ao PSB. “Nas guerras e nos lugares que cobri, você era muito bem tratado quando dizia que era brasileiro. Agora, quando você diz que é brasileiro, as pessoas dizem que a coisa aqui está feia com Bolsonaro. Nunca tinha passado por isso, ser malvisto por ser brasileiro”, continuou Marcos Uchôa, que foi correspondente internacional por 15 anos, durante a conversa com Edson Sardinha. “Bolsonaro envergonha o brasileiro”, enfatizou o profissional que, no caso, assumiu a condição de entrevistado.
Na entrevista para o Congresso em Foco, Marcos Uchôa explicou quais foram razões que o fizeram a ingressar na política partidária e, assim, abrir mão desde já de possibilidades profissionais que poderiam fazê-lo ganhar bem — e mais do que um parlamentar. Na visão do jornalista, um dos motivos é a necessidade (que ele sente) de ajudar na eleição de Marcelo Freixo (PSB) ao comando do governo fluminense. “O Freixo fez um trabalho muito bom como deputado estadual e, agora, como federal. Além de bom político, é uma pessoa boa. É importante o valor do político e da pessoa”, declarou sobre o parlamentar que o convidou a se filiar ao Partido Socialista Brasileiro.
Estou mergulhando em uma piscina na qual nunca mergulhei, nunca trabalhei na cobertura política em Brasília
Com a carta de filiação ao PSB assinada, Marcos Uchôa não crava, por ora, que seu nome estará presente nas urnas eletrônicas na votação de outubro. No entanto, deixa em aberto a possibilidade de se candidatar a uma das 46 cadeiras que o Rio de Janeiro tem direito a ocupar na Câmara dos Deputados. “Esta não é uma eleição qualquer e, por isso, estou me filiando e avaliando uma candidatura. Seria a deputado federal porque minha experiência de vida tem mais a ver com pensar o país. Não estou decidido ainda. Este mês eu devo decidir. Estou mergulhando em uma piscina na qual nunca mergulhei, nunca trabalhei na cobertura política em Brasília.”
Ao conversar com Edson Sardinha, Marcos Uchôa não limitou as críticas a Bolsonaro. De acordo com o que ressaltou, o atual ocupante do Palácio do Planalto não é o único responsável por equívocos. “A imprensa também erra muito”, pontuou ao analisar a necessidade de os meios de comunicação diferenciarem os bons dos maus políticos. “[É] como se todos fossem ruins”, observou o jornalista que, além do português, é fluente em outros seis idiomas. Ele se comunica em alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e russo.
Como repórter, já tive de estudar tanta coisa que acho que posso aprender também sobre política
“O fato de ser conhecido não me dá direito de ter expectativa de nenhum ‘já ganhou’, é uma disputa. Sei que tenho muito a aprender, estou longe de ser um repórter da TV Globo de política em Brasília, um Nilson Klava”, diz Uchôa sobre a falta de experiência nos bastidores do poder do país. “Entendo mais a teoria do que a prática. Como repórter, já tive de estudar tanta coisa que acho que posso aprender também sobre política, por mais complexa que seja a coisa”, complementa o experiente profissional que passa a integrar a lista de comunicadores presentes na política partidária brasileira.
A íntegra da entrevista concedida por Marcos Uchôa está disponível no site Congresso em Foco. Para ler, basta clicar aqui.
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