Jair Bolsonaro (PSL) voltou a usar seus canais de comunicação para criticar a Folha de S. Paulo. Na manhã desta quarta-feira, 24, o presidenciável publicou mensagem direcionada ao veículo de mídia. “A mamata da Folha vai acabar”, registrou em seu perfil no Twitter. O deputado federal ponderou que, a seu ver, não fará isso de modo autoritário. “Não é com censura, não”, afirmou.
Na mensagem, o candidato a presidente não explicou o que vê como “mamata” favorável ao jornal. Ele, que colocou qualquer revista de piada sendo mais séria que a Folha de S. Paulo, também não deu detalhes de como funcionará as políticas de investimento publicitário em seu eventual governo à frente do Palácio do Planalto. Até o momento, a direção do jornal não comentou a afirmação feita por meio da rede social.
Sem fazer conexão direta com alguma reportagem ou artigo recente publicado pela Folha, Bolsonaro sinalizou que a crítica da vez está relacionada com o caso da jovem gaúcha que havia denunciado ter sido alvo da fúria de apoiadores do pesselista — que teriam marcado sua barriga com desenho que remetia à suástica, símbolo do nazismo. Nesta terça, 23, reportagem do Estadão informa que a suposta vítima será indiciada por falsa comunicação de crime.
Assim como outros veículos, a Folha de S. Paulo destacou há duas semanas a versão proliferada pela jovem, que disse ter participado do “Ele não”, ato contrário à eleição do representante do PSL. Em sua página de notas “ao vivo”, o site do jornal paulistano destacou que Bolsonaro quer retratação por parte de quem relacionou seus apoiadores ao caso de falsa agressão. A Folha, porém, não resgatou o tuíte em que é criticada de forma ostensiva pelo presidenciável.
A relação entre Jair Bolsonaro e a Folha de S. Paulo tem agitado o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). No início da semana, o pedido do candidato para tirar uma conteúdo do ar foi negado pelas autoridades. A solicitação foi a respeito da reportagem assinada por Patrícia Campos Mello sobre campanha de fake news anti-PT que estaria sendo promovida por empresários. Além do respaldo judicial, a jornalista recebeu apoio de entidades e colegas de imprensa, conforme registrou o Portal Comunique-se.
Na noite de terça-feira, 23, foi a vez da equipe da Folha recorrer ao TSE. A equipe do jornal protocolou pedido para que a Polícia Federal investigue agressões verbais e ameaças de morte sofridas por Patrícia Campos Mello e outros profissionais da empresa. De acordo com a Exame.com, o veículo alega que os ataques começaram logo após a reportagem sobre a indústria de fake news eleitoral.
O tuíte do presidenciável se deu no dia em que ele aparece como personagem central de manchetes do jornal. A principal notícia da versão impressa da Folha desta terça crava que um plano defendido pelo candidato do PSL será maléfico à economia do país. “Reforma tributária de Bolsonaro traria rombo de R$ 27 bi”. Para tal afirmação, o veículo se baseou em análises de três economistas.
No online, a manchete da Folha da tarde desta terça também era em tom crítico ao deputado federal e presidenciável. “Bolsonaro omite da Justiça detalhes de gastos do 1º turno”, afirma o site. Acima da chamada, super banner do Banco do Brasil aparecia. A instituição financeira pertence à União, tendo todo o seu investimento midiático organizado pela Secretária de Comunicação da Presidência da República.
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