Noticiário apresentado por William Waack, ‘Jornal da Globo’ teve duas edições na madrugada desta quinta. Culpa da “bomba” contra o presidente Michel Temer
Revelada por meio de reportagem de Lauro Jardim e Guilherme Amado no site de O Globo, a denúncia contra o presidente Michel Temer tem repercutido em toda a imprensa desde o início da noite de quarta-feira, 17. O assunto fez aparecer o clássico ‘Plantão da Globo’ e já na madrugada desta quinta-feira, 18, movimentou a redação da maior emissora de TV do país, com o ‘Jornal da Globo’ tendo duas edições no intervalo de 40 minutos.
A primeira parte do noticiário apresentado por William Waack foi exibida logo após a transmissão futebolística, alterando a grade do canal. Normalmente, a faixa de meia-noite de quarta-feira da TV Globo é ocupada pelo ‘Profissão Repórter’. Com isso, a atração semanal comandada por Caco Barcellos foi ao ar antes e depois do ‘Jornal da Globo’. Dedicado às denúncias das delações feitas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista contra Temer e Aécio Neves, o primeiro bloco do telejornal foi definido como “edição extra”.
No ‘Jornal da Globo’ exibida antes do ‘Profissão Repórter’, jornalistas da emissora em Brasília e Nova York entraram ao vivo para detalhar os acontecimentos no pós-revelação das acusações feitas pelos irmãos que são donos da JBS. Dois deles, inclusive, relataram problemas para apurar os fatos. Diretamente da capital federal, Marcos Losekann informou que ele e a equipe foram “convidados” a se retirarem do gabinete do ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).
Diretamente da 5ª Avenida, uma das vias mais famosas (e caras) da cidade de Nova York, Sandra Coutinho relatou que ela e o produtor Felippe Coaglio tentaram contato com Joesley, que mora no local, mas não obtiveram sucesso. A correspondente internacional da TV Globo contou, ao vivo, que chegou a ir ao prédio em que o empresário mora. Com permissão para subir ao apartamento, ela chegou a ser atendida, mas levou “porta na cara” e não conseguiu constatar se eram Joesley e a mulher, a jornalista Ticina Villas Boas, quem estavam na residência.
A “bomba” contra Temer e Aécio
Segundo a reportagem de Lauro Jardim e Guilherme Amado, o empresário Joesley Batista gravou diálogo com Michel Temer. Na conversa, o presidente da República disse “tem que manter isso,viu?!”. O que havia de ser mantido era a mesada que o dono da JBS dava para o ex-deputado Eduardo Cunha e Lúcio Funaro [apontado como operador do PMDB em determinados esquemas de corrupção], que estão presos em Curitiba. Aécio, por sua vez, foi gravado pedindo R$ 2 milhões para Joesley, dinheiro que seria para arcar com a sua defesa em processos referentes à operação Lava Jato.