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Brasil tem 750 mil casos de hepatites virais registrados

O Brasil tem cerca de 750 mil casos de hepatites virais notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, do Ministério da Saúde, que relaciona essas informações no país. O número consta no Boletim EpidemiológicoHepatites Virais 2023, divulgado em julho . O levantamento aponta que o tipo predominante no país é o C (39,8%), seguido pelo B (36,9%). Essas duas cepas (que são as famílias ou linhagens do vírus) têm formas de transmissão em comum: por contato com sangue contaminado, sexo sem uso de preservativos, na transmissão de mãe para filho durante a gestão ou ainda no parto. Ambos também se tornam frequentemente crônicos, assim como a hepatite D (0,6% dos casos no país).

O Ministério da Saúde registrou no Brasil casos também de hepatite A (22,5%) e E (0,2%). Embora se diferenciem nas formas de transmissão e tratamento, os tipos de hepatite podem apresentar sintomas semelhantes.

 “As hepatites podem causar alterações leves, moderadas ou graves no fígado. Entre os sintomas, estão cansaço, mal-estar, vômitos, dor abdominal, febre, tontura, enjoo, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras”, detalha a infectologista Giorgia Torresini, que atua no Hospital do Círculo, em Caxias do Sul (RS).

Segundo a médica, a falta de diagnóstico é comum em pacientes com hepatite porque são, na maior parte das vezes, infecções silenciosas. De acordo com ela, isso faz com que a doença possa evoluir por décadas sem infecção. “O avanço da infecção compromete o fígado, e, como consequência, o paciente pode ter fibrose avançada ou cirrose. São doenças que podem levar ao desenvolvimento de câncer e necessidade de transplante do órgão”, explica.

Os tratamentos são feitos de acordo com a cepa com que o paciente foi infectado. A hepatite B, por exemplo, não tem cura, mas o tratamento disponível no SUS reduz o risco de progressão da doença e as consequentes complicações. Para as hepatites C, o tratamento é feito com medicamentos chamados de antivirais de ação direta, que apresentam taxas de cura acima de 95%. Para os tipos A, D e E, não há tratamentos específicos, portanto o foco é no controle dos sintomas e do dano ao fígado. 

Prevenção contra as hepatites virais

Existem várias formas de se proteger das hepatites, e o Ministério da Saúde relaciona quais são essas medidas:

No caso das hepatites A e E, lavar as mãos após o uso do sanitário, da troca de fraldas e antes do preparo de alimentos. Além disso, lavar com água tratada, clorada ou fervida os alimentos consumidos crus (deixar de molho por 30 minutos). Outras orientações do Ministério são: cozinhar bem os alimentos antes do consumo, em especial mariscos, frutos do mar e peixes; lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras; usar instalações sanitárias; no caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, como a desinfecção de objetos, bancadas e chão (a recomendação é o uso de hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária). Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou perto de esgoto e evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios também são medidas indicadas pelo Ministério da Saúde. E, além destas, o uso de preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais. A vacina para hepatite A é a principal medida de prevenção.

Para prevenção às hepatites B e D, segundo o Ministério, a vacina contra o tipo B, disponível no SUS, é também a principal medida e ajuda a prevenir a hepatite D (esta ocorre em quem está com hepatite B). O uso de preservativo nas relações sexuais e o não-compartilhamento de objetos de uso pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dentes, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, para confecção de tatuagem e colocação de piercings) são, igualmente, formas de evitar o contágio.

No caso da hepatite C, a prevenção inclui não compartilhar com outras pessoas qualquer objeto que possa ter entrado em contato com sangue (seringas, agulhas, alicates, escova de dente etc.); uso de preservativo nas relações sexuais e não compartilhar objetos para o uso de drogas.

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