Dados de um estudo realizado no ano passado pela parceria entre o Instituto Akatu e GlobeScan com entrevistados de 31 países e 1.000 brasileiros mostrou que 64% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por alimentos saudáveis e produzidos de forma sustentável. Além disso, entre 43 e 55% dos brasileiros afirmaram que o fato de um produto ser ecologicamente correto influencia muito sua decisão de compra.
Essas informações vão ao encontro de um levantamento da Ecglobal que coletou informações de mais de 7 mil participantes da comunidade “Você em Casa”, no qual o setor alimentício foi o mais lembrado quando o tema é consumo consciente. E neste recorte, 9 em cada 10 participantes consideraram que o consumo sustentável e consciente pode fazer diferença no momento da escolha de marcas e produtos.
Atuando no segmento, Filipe Falcão, sócio-diretor da Franquia Sucão – Cozinha Saudável, acredita que dados como estes refletem uma tendência inevitável que não apenas se consolidará, mas também ganhará relevância expressiva no mercado a médio e longo prazo: “Além dos aspectos discutidos, é crucial salientar a importância de abordar não apenas a nutrição individual, mas também a sustentabilidade e a ética na produção alimentar”.
Não obstante, em 2015, a Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) através da Agenda 2030, com metas globais a serem implementadas por instituições, governos e a sociedade civil. Dentre eles, constam: Fome Zero e Agricultura Sustentável; Saúde e Bem-Estar e Consumo e Produção Responsáveis. Itens totalmente ligados ao consumo e produção sustentáveis.
Segundo o sócio-diretor da franquia de alimentação saudável Sucão, a interseção entre a satisfação com opções nutritivas e saborosas e o investimento em saúde é uma evolução natural. “A conscientização crescente sobre como a alimentação impacta diretamente na saúde e qualidade de vida dos consumidores torna esse caminho cada vez mais previsível”.
O estudo do Instituto Akatu registrou, ainda, que apesar da conscientização sobre uma alimentação mais equilibrada e saudável, 98% disseram que o preço desses alimentos está mais caro. Filipe Falcão pondera que a disputa com produtos ultraprocessados ainda é um desafio para o setor de alimentação natural.
“Ainda é difícil competir no quesito ‘preço’. Hoje, é muito mais plausível ofertar produtos de qualidade e saudáveis a preços mais acessíveis, mas ainda assim, não conseguimos atingir os baixos preços proporcionados pela escalabilidade dos produtos ultraprocessados”, comenta.
Por fim, o sócio-diretor da franquia Sucão acredita que o segmento de produtos naturais, por serem opções saudáveis e nutritivas, devem crescer exponencialmente devido às suas características distintivas em relação a produtos industrializados em um contexto de maior conscientização tanto em relação à alimentação quanto à preservação do meio ambiente e de escolhas mais sustentáveis.
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