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Campanha Setembro Amarelo visa combater o estigma do suícido

O mês de setembro marca uma das campanhas voltadas à saúde, que é o Setembro Amarelo. A cor representa a campanha de esfera global dedicada à promoção da conscientização sobre a saúde mental e, especificamente, à prevenção do suicídio. Anualmente, esta causa encontra eco em instituições de saúde, organizações e pessoas que buscam desmistificar o tópico do suicídio.

A campanha mundial de conscientização de prevenção ao suicídio foi estabelecida em 10 de setembro de 2003 pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio (IASP), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com dados da OMS, replicados pelo Ministério da Saúde, mais de 700 mil pessoas cometem suicídio ao ano e, ainda que em algumas localidades a incidência tem apresentado declínio, no período de 2000 a 2019, a taxa mundial de suicídio diminuiu em 36%, enquanto, durante o mesmo período, nas Américas, houve um aumento de 17%. É válido ressaltar que entre jovens com idades de 15 a 29 anos, o suicídio figura como a quarta causa de morte mais comum.

Neuropsicóloga da Clínica Iizuka, Carla Ribeiro de Queiroz Iizuka, relembra que a origem da campanha remonta a setembro de 1994 nos Estados Unidos, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio. Mike era conhecido por seu Mustang 68 amarelo. No dia de seu funeral, amigos e familiares distribuíram fitas amarelas atadas a cartões com mensagens de apoio, para aqueles que pudessem estar enfrentando desafios emocionais. Daí surgiu o slogan “Falar é a melhor solução”. Esta iniciativa acreditava que 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser prevenidos através da conscientização.

Carla menciona: “a necessidade urgente de abordarmos esse assunto sensível é mais do que evidente. É nossa responsabilidade coletiva quebrar a barreira de estigma em torno do suicídio”, e adiciona “Esta perspectiva é vital em uma sociedade onde, lamentavelmente, o suicídio continua a ser um fenômeno que afeta pessoas de diferentes idades, origens e condições”.

A neuropsicóloga afirma que a campanha está longe de ser um apelo por atenção, a luta contra pensamentos suicidas é um sinal claro de uma pessoa em desespero profundo, buscando compreensão, apoio e ajuda, “entender isso é fundamental. Como sociedade, é nossa responsabilidade responder com compreensão, empatia e os recursos adequados”, complementa Carla. A campanha Setembro Amarelo serve como um lembrete para a capacidade e importância em compreender a valorização da vida e da saúde mental.

Carla reforça que profissionais preparados podem atuar como um “farol de esperança”. “A abordagem ideal é aquela centrada no paciente, encontrando no local de tratamento profissionais dedicados, em um ambiente seguro e acolhedor”. E finaliza: “em alguns casos, o olhar atento de familiares e amigos próximos faz muita diferença no incentivo à procura de ajuda ou em dar o primeiro passo”.

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