São Paulo sedia até 18 de dezembro a terceira edição do Slam BR – Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, no Itaú Cultural, com poetas de todo o país. Durante o evento, os campeões de 29 poetry slams brasileiros competem por vaga na Copa do Mundo de Slam, que será realizada na França no ano que vem.
Poetry slams são batalhas de poesia falada, celebradas em mais de 500 comunidades do mundo. “Surgidas na década de 1980 nos Estados Unidos, desde 2008 elas vêm se espalhando pelo Brasil. A programação do Slam BR apresenta diversas atividades da fase final do campeonato”, diz a organização do evento.
“O Slam acaba sendo maneira de as pessoas terem voz, é uma ágora livre, tem regras muito simples, são poemas próprios de no máximo três minutos, sem acompanhamento musical, com júri popular e você precisa de pouquíssimas coisas para realizar”, afirma Roberta Estrela D’Alva, idealizadora do evento e integrante do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, companhia de teatro e hip hop que organiza o campeonato.
“[O evento] é maneira de as pessoas se expressarem, se ouvirem, trocarem ideias e até debater política de maneira poética, é um espaço da voz, da fala, da escuta. Ainda mais em um momento político como temos vivido, não só agora. Somos um país que teve ditadura, que teve 400 anos de sistema escravocrata, então há muitas vozes que são invisibilizadas por conta das mazelas que esses sistemas deixaram. São espaços em que essas pessoas têm voz por meio de um jogo”, acrescenta.
Nessa quinta-feira, 15, os poetas participaram de duas finais: Menor Slam do Mundo (de poemas curtos) e ZAP! (o primeiro poetry slam do país). Também houve o sorteio das chaves que competirão nesta sexta, 16, quando cada um dos seis grupos – compostos de cinco poetas – passará por duas rodadas de competição. Dois poetas de cada chave serão selecionados, totalizando 12 participantes que passam para as semifinais.
Das batalhas, seis poetas passam para a grande final, que ocorre domingo, 18, e revela o representante brasileiro na Copa do Mundo de Slam. Todas as atividades são abertas ao público e contam com interpretação na Língua Brasileira de Sinais (Libras). A programação completa está no site do evento.
Reportagem: Camila Boehm
Edição: Graça Adjuto