Safe City ou Cidade Segura é um termo que ganha espaço no mundo e no Brasil. Ele se refere a uma abordagem que busca integrar tecnologia, planejamento urbano, políticas públicas e engajamento comunitário para enfrentar os desafios relacionados à segurança urbana. Nesse conceito, vários recursos podem ser implementados, como a instalação de equipamentos com tecnologia avançada, sensores inteligentes, análise de dados em tempo real e sistemas de vigilância, com estratégias de prevenção.
Em um país marcado por desafios socioeconômicos e uma realidade complexa, a busca por soluções inovadoras para promover a segurança e o bem-estar nas cidades tornou-se prioridade. O cenário ideial é a colaboração entre os diversos setores envolvidos como governos locais, empresas, organizações da sociedade civil e cidadãos para esse tipo de abordagem busque a eficiência.
De acordo com o último Safe Cities Index (SCI), publicado em 2021, a cidade de Tokio, no Japão, é a mais segura do mundo. O índice leva em consideração questões que envolvem diversas vertentes como segurança digital e pessoal, saúde, infraestrutura e ambiente para viver, trabalhar e lazer. Cidades brasileiras como Rio de Janeiro e São Paulo também aparecem na lista, porém em posições intermediárias. Desse modo, para evoluir no contexto, é interessante conhecer cinco estratégias que podem transformar a segurança urbana no Brasil:
1 – Safe Cities no contexto brasileiro
Para alcançar resultados benéficos na segurança urbana do Brasil é preciso entender as particularidades das cidades brasileiras. Um exemplo concreto que implementou estratégias voltadas para a própria realidade é São José dos Campos, em São Paulo. O município do interior paulista adotou um amplo sistema de monitoramento com câmeras inteligentes, combinado com sensores integrados à infraestrutura urbana, como iluminação e semáforos. Os índices de roubo caíram em 80%, demonstrando a eficácia das câmeras inteligentes na dissuasão de crimes e na identificação de suspeitos. Além disso, o furto de veículos teve uma queda de 66%, graças à dinâmica na detecção e resposta às situações suspeitas captadas pelas câmeras com inteligência embarcada.
2 – Investir em um sistema de monitoramento com câmeras inteligentes
Uma das inovações mais significativas dentro da abordagem de Safe Cities é o uso de câmeras com inteligência embarcada, que integram os conceitos de AIoT (Inteligência Artificial das Coisas) com processamento na borda. As câmeras inteligentes são capazes de capturar, processar e analisar dados em tempo real, sem a necessidade de transferir o fluxo de vídeo das mesmas para data centers remotos realizarem o processamento. Tal tratamento na borda permite a detecção e análise de eventos de forma instantânea, reduzindo a latência e aumentando a eficiência operacional. Essas câmeras utilizam algoritmos avançados de visão computacional e aprendizado de máquina para identificar e interpretar objetos, movimentos e comportamentos em tempo real. As câmeras inteligentes podem detectar atividades suspeitas, como invasões, vandalismo, comportamento agressivo e até mesmo reconhecimento facial para identificação de pessoas procuradas pelas autoridades. Vale destacar que o recurso de monitoramento com câmeras inteligentes permite que os projetos saiam de maneira mais econômica. Como o processamento dos analíticos acontece na borda, embarcado, o processamento no data center não aumenta exponencialmente como no modelo tradicional. Se uma prefeitura, por exemplo, começa o monitoramento com 40 câmeras de leitura de placa, ela pode escalar o projeto para 200 novas câmeras sem a necessidade de alterar a infraestrutura de processamento no centro, uma vez que a parte pesada está embarcada na borda.
3 – Instalação de Câmeras com múltiplas lentes
Além das tecnologias de câmera com inteligência embarcada, outras inovações têm impulsionado os projetos de Safe City ao redor do mundo, incluindo o lançamento de câmeras com múltiplas lentes. Essas câmeras oferecem recursos avançados que permitem economia de link de dados, consumo de energia e infraestrutura, enquanto aumentam a eficiência operacional e a qualidade das informações capturadas. Um exemplo são as câmeras speed dome com lente panorâmica fixa. Elas combinam uma lente panorâmica que cobre uma ampla área com uma câmera speed dome que oferece movimentação e zoom controlados. Além do modelo citado, há outra opção eficiente, mas com custo menor: a linha TandemVu. Ao invés de ter duas câmeras instaladas em um local, há apenas uma com duas funções. Essa tecnologia possibilita a integração entre as detecções na câmera Bullet com a Speed Dome. Antes dessa linha, a integração de detecções dependia de um software centralizado que coordenava as detecções e o tracking na PTZ, o que acarretava em custo de licença de software para integração e o não funcionamento quando algum problema de conectividade acontecia.
4 – Se atentar às novas tecnologias
A tecnologia de sistemas de segurança, câmeras e monitoramento costumam mudar rapidamente, com isso os equipamentos tendem a ficar obsoletos em menos tempo. É ideal que as autoridades e os responsáveis pela segurança urbana se mantenham atualizados sobre as inovações disponíveis e busquem se adaptar às novas tecnlogias.
5 – Engajamento entre comunidade e polícia
Mesmo com a tecnologia mais avançada para monitorar uma cidade, é interessante que população e a polícia não trabalharem em conjunto. As cidades podem investir na criação de programas de vizinhança solidária, em que moradores de um bairro ajudam a monitorar as ruas e têm linha direta com as autoridades locais, para fazer reclamações e denúncias de possíveis crimes como arrombamentos de casas, depredação de patrimônio público e roubo de carros. Ao promover essas iniciativas, os cidadãos tendem a ser mais engajados com um sistema de segurança inteligente.
*Por Hilton Carvalho, gerente de pré-vendas da Hikvision
Conteúdo publicado originalmente em: https://cryptoid.com.br/criptografia-identificacao-digital-id-biometria/safe-cities-5-estrategias-para-transformar-a-seguranca-urbana-no-brasil/