Na noite de quarta-feira, 18, a Polícia Militar usou spray de pimenta e cassetetes contra estudantes em protesto sobre o corte de verbas na educação e a entrada da polícia nas escolas técnicas sem mandado judicial. A confusão acabou com o repórter cinematográfico da TV Globo agredido.
Segundo a emissora, o profissional estava no local fazendo as imagens quando um policial vem de trás e o atinge. No vídeo divulgado pelo canal, é possível perceber a imagem tremida com a agressão e ouvir a reclamação do cinegrafista. “Eu sou da Globo e você está me batendo?”, questiona. Não é possível ver o responsável pela violência. A Globo questionou a PM sobre o assunto, mas não teve resposta.
A manifestação, que teve início na Avenida Paulista, na região central de São Paulo, terminou com quatro estudantes detidos e liberados depois de serem ouvidos. O protesto foi encerrado após a ação da PM. O perfil do ato nas redes sociais afirma que “o estado investe em opressão enquanto corta a educação”. “No início do ano, o governo federal decretou um corte de R$ 7 bilhões na educação, com uma redução de 30% das verbas das universidades federais. Além disso, o governo de São Paulo anunciou um corte de 78% do investimento em Etecs e equipamentos novos”.
Ranking de liberdade de imprensa
O Brasil caiu cinco posições no ranking da liberdade de imprensa e passou a ocupar o 104º lugar na classificação mundial divulgada anualmente pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF), ONG com atuação internacional em favor da liberdade de informação sediada em Paris. Os dados foram revelados em abril deste ano.
A queda no ranking é atribuída pela ONG a “falta de compromisso político para proteger os brasileiros”. “A ausência de mecanismos nacional de proteção aos jornalistas e a sensação de impunidade pelos crimes cometidos é responsável pela desconsideração do trabalho dos profissionais no Brasil”, declarou o chefe de departamento da RSF, Emanuel Colombié.
No ranking, o Brasil está a frente de países vizinhos como Venezuela, Colômbia e Equador, mas ainda apresenta situação classificada como “sensível” pela RSF, sendo o terceiro país mais mortífero das Américas, atrás de México e Honduras. A pesquisa aponta que a recessão econômica e a instabilidade política que o país está passando tornam o trabalho dos jornalistas mais difícil.