Publicada pelo Banco Central no dia 01 de julho de 2019, a Circular Nº 3952 irá completar três anos e meio no próximo dia 1º de janeiro de 2023. A medida busca facilitar a negociação de recebíveis pelos lojistas, bem como estimular o oferecimento de microcrédito com taxas mais atrativas por diferentes instituições financeiras, mas ainda é desconhecida por muitos varejistas.
Segundo uma pesquisa realizada com mais de 120 varejistas em julho deste ano, 100% dos entrevistados desconhecem a circular e seus benefícios. A sondagem foi realizada pela C2Cards, empresa especializada em soluções para o fomento comercial e responsável por conectar as empresas de crédito com os varejistas.
Desde sua aprovação, a Circular Nº 3952 é considerada atrativa para as empresas que operam com cartão de crédito, como os lojistas de comércios e serviços. Segundo dados da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços) os pagamentos com cartões cresceram 36,5% no 1º semestre de 2022, movimentando R$ 1,6 trilhão no período. Destas transações, R$ 1 trilhão foram movimentadas em cartão de crédito e R$ 488 bilhões em cartão de débito.
Ainda segundo a Abecs, os setores que mais realizaram transação com cartão no primeiro semestre, no comércio, foram as lojas de tecidos, vestuários e calçados (56,7%). No varejo, ganharam destaque as lojas do segmento alimentício (31,8%), artigos domésticos (26,7%) e, por último, os artigos farmacêuticos, médicos e de beleza (25,3%).
Já no setor de serviços, os mercados que mais se utilizaram do cartão foram: turismo e entretenimento (106,4%), pedágios e estacionamentos (64,2$), bares e restaurantes (61,5%) e educação (54,2%).
Antes da Circular em questão, os empresários dos setores de comércios e serviços só podiam antecipar o recebimento das vendas com cartões junto aos bancos detentores dos fundos. Desde a atualização, outras instituições podem consultar os valores a receber e ofertar propostas de crédito mais atrativas mediante a autorização das empresas.
A Circular também trouxe à tona as registradoras de recebíveis. Com isso, as instituições financeiras conquistaram o aval do BC para receber e centralizar dados de valores a receber de todas as empresas que atuam com cartões. Assim, as instituições podem oferecer créditos a taxas mais competitivas com base nos recebimentos dos lojistas.
Para César Galvão, fundador da C2Cards, a falta de conhecimento ocorre devido a pouca divulgação no mercado. “Apesar de a Circular já estar vigente há mais de 3 anos, ela foi pouco divulgada. Desta forma, quando as empresas do fomento chegam para oferecer crédito para os lojistas, esbarram com a falta de conhecimento e, até mesmo, com a desconfiança”, afirma. “O mercado perde muito com isso, afinal mais flexibilidade, poder de escolha e taxas competitivas ajudam muito na economia”, diz ele.
Galvão destaca que já existem iniciativas para mudar esse cenário. “Todos os lojistas partem da premissa básica de que é preciso comprar bem para vender bem, e com o crédito não é diferente”.
O empresário ressalta que os varejistas devem avaliar bem as taxas. “É preciso conectar oportunidades entre o fomento e o varejo para que os varejistas possam aproveitar o mais rápido possível as oportunidades da circular e ter acesso a taxas de crédito mais competitivas e atendimento próximo”.
Para mais informações, basta acessar: https://c2cards.digital/
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