Candidato do PDT à presidência da República, Ciro Gomes afirma que acionará a Justiça contra a Veja. O político foi personagem de reportagem veiculada na edição desta semana da revista da Editora Abril. O conteúdo, que ganhou chamada na capa, destaca acusações feitas pelo ex-tesoureiro do Pros, Niomar Calazans. A legenda abrigou o hoje pedetista de 2013 a 2015. O teor apresentado aos leitores fez com que o presidenciável chamasse a semanal de “moribunda”, além de falar que vai “processar criminalmente”.
Reportagem assinada pela dupla Nonato Viegas e Hugo Marques chama, inicialmente, Niomar Calazans de “testemunha” do suposto esquema de corrução que estaria ativo há anos no alto escalão da política cearense. A matéria da Veja reforça que Ciro Gomes costuma ressaltar que não é investigado no âmbito da operação Lava Jato. O conteúdo pontua que, contudo, correligionários do postulante ao Palácio do Planalto estão enrolados em investigações. Entre outros nomes, o semanário cita Cid Gomes, ex-governador do Ceará e irmão do presidenciável.
O foco da matéria da Veja, entretanto, é a série de acusações feitas pelo ex-tesoureiro do Pros contra o presidenciável do PDT. A reportagem enfatiza que Niomar Calazans concedeu “entrevista exclusiva” à publicação. “Ciro sabia e participava [do suposto esquema de corrupção]”, afirmou o entrevistado – de acordo com o texto final publicado pela revista da Editora Abril. Uma das acusações foi dizer que os irmãos Gomes pagaram R$ 2 milhões para “comprar” o diretório cearense do nanico partido.
A reportagem pontua, ainda, outras denúncias, como as feitas por executivos da JBS contra Cid Gomes. A publicação apresenta um infográfico que exibe como funcionaria o “rateio da corrupção”. “Os 20 milhões de reais foram repassados pela JBS como doação oficial e caixa dois a partidos e aliados políticos dos irmãos Gomes”. O atual governador do Ceará, o petista Camilo Santana, seria um dos beneficiários do suposto esquema, informa. A íntegra da matéria está disponível na internet – mas o acesso é restrito a assinantes do título.
Ainda na última sexta-feira, 31 de agosto, Ciro Gomes usou o site oficial de sua campanha para reclamar da revista. Sem mencionar nomes, ele afirma que o impresso está sob comando do que seria a “terceira geração de gângsteres”. Para ele, a Veja está a “serviço de interesses internacionais, associada ao baronato que sangra o povo brasileiro”. Sob o teor da reportagem, ele acusa o veículo de forjar uma calúnia. O presidenciável sinaliza que se encontrará com os representantes da Editora Abril e Niomar Calazans nos tribunais. “Vou processar criminalmente essa revista moribunda e o tal entrevistado que está, flagrantemente, mentindo a serviço de interesses clandestinos, os quais irei descobrir”, prometeu o integrante do PDT.
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