Categories: Comunicação

Com 4% do PIB, Brasil mantém protagonismo na mineração

O Brasil é um dos maiores produtores de minério do mundo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração, somente em 2022 mais de 1 bilhão de toneladas de minério foram produzidas em terras brasileiras. O setor também é um dos grandes empregadores do país, pois gera cerca de 1 milhão de postos de trabalho, contando os empregos diretos e os indiretos.

A mineração é responsável por 4% do PIB brasileiro. Dos 1 milhão de postos de trabalhos gerados pela atividade, 200 mil são empregos diretos e outros 800 mil são indiretos. Além disso, algumas dessas empresas estão listadas na Bolsa de Valores brasileira, a B3, e figuram entre as maiores mineradoras do mundo.

Os resultados da mineração estão presentes no dia a dia, em talheres, pregos, celulares, automóveis etc. Além disso, a mineração é fundamental para a nova economia. A geração de energia limpa, por exemplo, é viabilizada a partir da mineração, pois elementos como lítio, grafite e cobalto devem ser minerados para integrar as usinas eólicas, solares e geotérmicas, e, também, as baterias. 

No entanto, o crescimento da mineração no Brasil também levanta questionamentos acerca dos danos socioambientais causados pela atividade. Em março deste ano, uma Frente Parlamentar da Mineração Sustentável foi criada no Congresso Nacional. O grupo conta com deputados e senadores que buscam discutir soluções que evitem com que desastres ambientais causados pela mineração voltem a acontecer no país.

Segundo Clarissa Nepomuceno, advogada e sócia do Nepomuceno Soares Advogados Associados, existe um gap entre a capacidade produtiva da atividade de mineração no Brasil e as políticas de fiscalização e controle do mercado. “O investimento em maquinário para a exploração mineral e as cifras arrecadadas com a atividade são grandes. No ano passado foram mais de 250 bilhões de faturamento com a extração de minério de ferro, o que demonstra uma grande capacidade produtiva”. 

De acordo com a advogada, apesar do crescimento da mineração no Brasil, “as políticas de controle desse tipo de atividade não são tão efetivas, o que facilita a ocorrência de desastres naturais e problemas de ordem humanitária, como temos percebido nos últimos anos”, completa. 

Para Clarissa, as empresas brasileiras precisam construir negócios que se preocupam com a sustentabilidade corporativa e, assim, praticarem a chamada “mineração sustentável”. “As companhias precisam se adequar ao cenário não só brasileiro, mas global, de proteção ao meio ambiente e das boas práticas empresariais. Diante desse panorama, entra o ESG, cuja agenda se baseia em práticas corporativas que não comprometem o meio ambiente, nem a sociedade, tampouco acarrete problemas de governança para as companhias”. 

A Agência Nacional de Mineração investiga, atualmente, quase 140 denúncias de extração ilegal de minério de ferro em Minas Gerais. Já no Amapá, a Polícia Federal investiga o esquema de garimpo ilegal de ouro na região da Amazônia.

De acordo com Clarissa Nepomuceno, as boas práticas ESG funcionam também para a prevenção desse tipo de ocorrência, já que as empresas adequarem as suas atividades aos parâmetros valorizados para o mercado e que possuírem transparência em suas ações, com base na Governança, reduzirão os riscos da sua atividade, evitando multas e problemas futuros com as autoridades: “É questão de tempo até que as autoridades descubram brechas e ações irregulares das empresas que praticam o garimpo ilegal e a extração de minério de forma inadequada. Por isso, é necessário que as práticas de sustentabilidade corporativa sejam implementadas”, explica. 

A advogada completa dizendo que o objetivo dessas mudanças não é acabar com a mineração. “Queremos mostrar que essas adequações são necessárias para a sobrevivência do negócio ao longo do tempo e, que, ainda sim, é possível proteger o meio ambiente e a sociedade e praticar uma mineração limpa, com sustentabilidade, evitando a poluição do ar, das águas e a destruição das paisagens, e considerando a importância da mineração para a economia e para a sociedade”. 

Nepomuceno Soares Advogados e Associados

O Escritório Nepomuceno Soares está no mercado há cerca de 10 anos. Com sede em Belo Horizonte, o escritório de advocacia atua com a implementação da Agenda ESG e com a estruturação das boas práticas corporativas nas empresas. Além da sustentabilidade corporativa, o escritório é especializado em Compliance, Direito Ambiental, Direito Civil, Direito Desportivo, Direito Tributário e Direito Empresarial.

Compartilhe
0
0
DINO

Recent Posts

GoFundMe lança Profiles: uma nova abordagem para compartilhar e apoiar causas

A GoFundMe está lançando o GoFundMe Profiles, uma nova ferramenta criada para capacitar as pessoas…

19 horas ago

Na 12ª edição, Tattoo Week começa nesta sexta-feira em São Paulo

Pesquisa aponta que 37% dos brasileiros são tatuados e o mercado do setor cresce 25%…

19 horas ago

Grupo BBF contribui com agricultura sustentável na Amazônia

Companhia desenvolve modelo de negócio verticalizado por meio da cultura da palma, que permite oportunidades…

19 horas ago

Inteligência Artificial: empresas se preparam para 2025

De acordo com o relatório da BCG – Boston Consulting Group, o uso de Inteligência…

19 horas ago

VentureOne da ATRC lança a QuantumGate para a proteção dos dados na era quântica na CyberQ

Novo empreendimento revela um conjunto avançado de produtos de segurança de dados para proteger ativos…

19 horas ago

Pilares da sustentabilidade focam em soluções na gestão do lixo eletrônico

A proposta é buscar que um volume cada vez maior de lixo eletrônico não vá…

19 horas ago