Garça/SP 21/1/2021 – O que sabemos é que coronavírus pode, sim, permanecer por um tempo em superfícies. E aí pode ser um elo do ciclo de transmissão entre as pessoas.
O início de 2021 já dá sinais de dias mais duros em relação à pandemia de Covid-19. O cenário ainda é de imprevisibilidade, mesmo com os estudos e empenho de toda comunidade espalhada pelo mundo, podemos cravar que os casos continuarão a subir, segundo avaliação da médica infectologista, Dra. Paula Pinhão. “Acho difícil prever algo sobre número de casos para essa doença tão nova e pouco conhecida, mas pelo que se tem hoje de evidência de circulação do vírus e baixa adesão às medidas de distanciamento social, provavelmente teremos números maiores do que já tivemos em 2020”.
A segunda onda já está estabelecida no Brasil no mês de janeiro, e com uma intensidade maior após as festas de final de ano. Dados da OMS apresentam, em 20/01/21, um acumulado no país de 8,5 milhões de casos desde o início da pandemia, com 210 mil mortes. Segundo o Consórcio de Veículos de Imprensa, a média móvel de novos casos divulgada em 19/01 aumentou em 49% em relação aos últimos 14 dias. Já a média de óbitos aumentou em 33%.
O SARS-cov-2 pode permanecer por um tempo em superfícies como, corrimãos, embalagens, roupas e calçados, dependendo da temperatura e tipo de material. Também há os materiais biológicos humanos ou não que possam ser superfícies propícias à sobrevivência do vírus. Não há ainda um estudo que define tempo de vida do vírus em cada superfície, mas segundo a médica infectologista, os objetos podem, sim, serem vetores de transmissão.
“O que sabemos é que ele pode, sim, permanecer por um tempo em superfícies. E aí pode ser um elo do ciclo de transmissão na medida em que alguém encosta a mão nessa superfície contaminada e, se não higienizar as mãos, de forma correta e levar a mão à boca, leva o vírus para dentro de seu próprio organismo. Por isso, higienizar as mãos se torna tão importante e primordial em qualquer circunstância”, reforça a especialista.
A pandemia incentivou um movimento de empresas do setor químico em criar diversos produtos com eficácia contra o coronavírus, como cremes, sprays, desinfetantes, entre outros. “Se pensarmos que tais produtos estimulem a população a reforçar o hábito de higienização das mãos, todo reforço no combate ao vírus é válido”, comenta Dra. Paula Pinhão.
Estudos de eficácia de produtos contra a Covid-19
Dentro da biomedicina, os ensaios laboratoriais seguem um rigoroso controle de qualidade, padrão de testes e ensaios clínicos para se chegar à eficácia de produtos, principalmente os de proteção individual. “Como todo teste, o produto em questão que visa agir sobre determinado vírus ou bactéria é colocado em contato com estes agentes contaminantes em diversas culturas de seres e espécies, com análise da sua ação. A eficácia ou não é atestada de acordo com os resultados apresentados. Só não se pode afirmar que um produto possui 100% de eficácia porque a biomedicina sempre trabalha com a hipótese de que sempre haverá uma chance, mesmo que 0,01%, de determinado vírus ou bactéria resistir à ação de produto de inativação”, detalha o biomédico e especialista em análises clínicas, Luiz Henrique de Moura.
O biomédico salienta que todos estes produtos que foram lançados na pandemia para inativar o SARS-cov-2, com laudo de eficácia de 99,99% emitidos por laboratórios referenciados como a USP e Unicamp, cumprem o seu papel preventivo, antivirais e são confiáveis.
“Os cremes, por exemplo, que formam uma película protetora na pele como se fosse uma luva química, como chamamos dentro da biomedicina, e já comumente utilizado pelas indústrias pesadas e com certificação da Anvisa e Certificado de Aprovação no Ministério do Trabalho e Emprego, são ótimos agentes repelente de produtos pesados, como graxas, óleos, solventes, tintas. Nesta linha de proteção à Covid-19, o princípio de criar esta barreira é o mesmo, repelindo e inativando a ação viral do coronavírus”, explica Moura.
O biomédico só alerta para o uso correto destes produtos. “Como todo produto químico, é necessário seguir a orientação do fabricante sobre dosagem, período de reaplicação e áreas permitidas para aplicar a fim de evitar problemas de saúde”.
Indústria em Garça fabrica creme que inativa o coronavírus
Uma indústria química de Garça/SP (420 km da capital) possui em seu portfólio de produtos de EPI fabricados pela empresa aprovados pela Anvisa e com Certificado de Aprovação no Ministério do Trabalho e Emprego, um creme de proteção, com laudo de eficácia emitido pelo Laboratório de Biologia da Unicamp, que inativa o coronavírus em contato com a pele, além de possuir ação hidratante e agir na regeneração e no combate às irritações da pele como dermatites e dermatoses (problemas que se tornaram mais frequentes pelo uso excessivo de álcool em gel).
O produto não substitui as normas sanitárias de proteção e prevenção à Covid-19 consolidadas pela OMS e Ministério da Saúde, de lavagem das mãos com água e sabão, uso de álcool em gel e máscara. “O creme complementa essas ações preventivas ao criar uma luva química protetora de inativação ao novo coronavírus a partir de 1 minuto de aplicação, com ação de até 4 horas, podendo ser aplicado nas mãos, braço e antebraço e no rosto, evitando as regiões próximas aos olhos”, detalha o engenheiro químico e CEO da indústria, Norberto Luiz Afonso.
O creme não tem cheiro e é visível à luz negra. “O produto de proteção contra a Covid-19 é recomendado para fins produtivos, como a indústria alimentícia e farmacêutica, além do seu consolidado uso no trabalho pesado na indústria e comércio. Também pode ser usado no dia a dia pela população em geral”, detalha o empresário.
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