O brasileiro ama animais de estimação. Terceiro país do mundo com mais bichinhos domésticos, cerca de 149.6 milhões, o IBGE registrou no passado 4,2 milhões de cães, 39,8 milhões de aves, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes e 2,3 milhões de outras espécies (répteis, anfíbios e pequenos mamíferos) em lares de todo o Brasil. Já há mais cães e gatos do que crianças nas residências.
Este amor se reflete em um segmento que movimenta bilhões anualmente. Em 2021, o faturamento do mercado de animais de estimação brasileiro cresceu 27% na comparação anual, para R$ 51,7 bilhões, segundo o Instituto Pet Brasil.
Com cifras desta magnitude, segundo a Associação Brasileira de Pet Tech (ABPet Tech) o uso de tecnologias como inteligência artificial tem sido aplicado com o intuito de expandir negócios e também auxiliar ONGs e entusiastas da causa animal.
Uso da tecnologia
“Já é possível utilizar IAs para convergir informações de animais disponíveis em abrigos aos potenciais adotantes, usando dados fornecidos pelos usuários, seja estilo de vida, consumo ou geolocalização, por exemplo”, explica Rafael Barioni, CEO e cofundador da OurPet – O App Animal, rede social voltada para o mundo pet.
Há também a possibilidade de notificar a perda de um animal a usuários de uma determinada região, independente do círculo de amizade, ampliando o círculo de busca. Ainda nesse aspecto social, a inteligência artificial permite realizar encontros de pets, observando características similares de comportamento, facilitando a criação de novas relações entre animais, donos, e formação de comunidades com interesses em comum.
Para os tutores, o uso da tecnologia auxilia na alimentação, cuidados com higiene e até na avaliação sobre a saúde do bicho, observando com fotos e descrições semelhantes se o seu pet está com uma dor que seja ou não aparente. Desta forma, é possível antever idas ao veterinário e até, em certos casos, identificar maus tratos sofridos pelo animal.
Futuro do mercado
Em ascensão, a inteligência artificial já faz parte do cotidiano de 41% das empresas brasileiras, segundo estudo da IBM, e o mercado de pets não é exceção. “Acredito que as IAs vão auxiliar na organização de dados, transformando-os em informações para ONGs de causas animais e também para os pais e mães de pet”, analisa Barioni.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil possui aproximadamente 30 milhões de animais disponíveis para adoção e a inovação tecnológica pode ajudar a diminuir esse número. “A sociedade mudou, os animais se tornaram membros da família, estão em todo lugar. Leis de convivência estão se adaptando, como a permissão em shopping centers, e até mesmo os condomínios com espaços pet e elevadores específicos. A tendência é de que este grande setor comece a se organizar e inovar, principalmente no consumo e nas relações entre tutores”, completa.
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