A inflação é o nome dado para o aumento dos preços de produtos e serviços, e seu produto é o resultado do cálculo dos índices de preços, que são chamados de índices de inflação. E quem produz os dois mais importantes medidores é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O órgão atualiza mensalmente o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), sendo este considerado o oficial pelo governo federal.
Segundo o IBGE, o propósito do INPC e IPCA é medir a variação de preços de uma cesta de produtos e serviços consumida pela população. O resultado mostra se os preços aumentaram ou diminuíram de um mês para o outro. Na última métrica, de janeiro de 2023, o IPCA subiu com 0,53% e 5,77% no acumulado de 12 meses, enquanto o INPC resultou em 0,46%.
A cesta de produtos e serviços também é definida pelo IBGE, por meio do POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), que verifica o que a população consome e quanto do rendimento familiar é gasto em cada produto, como arroz, feijão, passagem de ônibus, material escolar, médico, cinema, entre outros. Já o INPC e IPCA levam em conta não somente a variação de preço de cada item, mas também o peso no orçamento familiar.
O IPCA engloba uma parcela maior da população, apontando a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários mínimos, de acordo com o IBGE. Enquanto o INPC analisa a variação do custo de vida médio apenas de classes com renda mensal de 1 a 5 salários mínimos. Segundo o Instituto, esses grupos são mais sensíveis às variações de preços, pois tendem a gastar todo o seu rendimento em itens básicos, como alimentação, medicamentos, transporte, entre outros.
O impacto da inflação alta nos investimentos
A inflação alta pode ter impactos negativos nos investimentos de pessoas físicas e empresas de diversas formas, comenta Daniela Colombo, criadora de conteúdo e certificada da ANCORD (Associação Nacional das Corretoras de Valores). Ela ressalta que é importante que os investidores estejam cientes dessas consequências e considerem estratégias para mitigá-las.
“Uma das formas mais evidentes em que a inflação afeta os investimentos é através da perda de valor do dinheiro ao longo do tempo”, explica. Com a inflação alta, o poder de compra de uma determinada quantia de dinheiro diminui, o que significa que o dinheiro investido pode perder valor real devido à inflação, tornando-se menos valioso no futuro, comenta Colombo.
Além disso, pode diminuir a rentabilidade dos investimentos, especialmente aqueles que oferecem taxas fixas de juros. “Isso ocorre porque os juros fixos podem não acompanhar o aumento dos preços dos bens e serviços, o que significa que o rendimento do investimento pode não ser suficiente para compensar a perda de poder de compra causada pela inflação”, explica.
Outro efeito da inflação alta, segundo Colombo, é o aumento da volatilidade do mercado financeiro, que pode tornar os investimentos mais arriscados e incertos. Os investidores podem ter dificuldade em prever como a inflação vai afetar os mercados, o que pode levar a mudanças abruptas nos preços das ações e outros investimentos. “As empresas que precisam captar recursos para financiar suas atividades podem enfrentar maiores custos devido à inflação alta”.
A criadora de conteúdo explica que isso ocorre porque os credores podem exigir taxas de juros mais altas para compensar o risco de inflação, o que pode tornar o financiamento mais caro para as empresas. A inflação alta pode levar a uma redução dos investimentos de empresas e pessoas físicas. “Se os investidores perceberem que não há um retorno adequado em seus investimentos, eles podem optar por não investir ou retirar seus investimentos, o que pode afetar negativamente a economia em geral”, completa.
Os investimentos mais proveitosos com inflação alta
Há diversas opções de investimento que podem ser mais rentáveis em períodos de inflação alta. Entre as opções, o Tesouro IPCA+ se destaca por ser um título público emitido pelo governo brasileiro, que oferece uma taxa de juros prefixada mais a variação do índice de inflação IPCA. “Esse investimento pode ser uma boa opção para proteger o poder de compra do investidor contra a inflação”, comenta Daniela Colombo.
Outra alternativa interessante são os Fundos Imobiliários, que podem ser uma boa alternativa de investimento em períodos de inflação alta. Os rendimentos costumam ser atrelados a contratos de aluguel, que são corrigidos pela inflação. Sobre as ações de setores defensivos, como o setor de saúde, alimentos e bebidas e serviços públicos, Colombo explica que esses setores costumam ser menos afetados pela inflação, pois seus produtos e serviços são considerados essenciais.
O ouro é outro ativo que historicamente tem sido usado como proteção contra a inflação, conta a criadora de conteúdo. Em períodos de alta inflação, as pessoas costumam buscar ativos que tenham valor estável. “O ouro pode ser comprado na forma de barras ou por meio de fundos de investimento”, pontua. Ainda sobre ações mais seguras, o dólar pode ajudar a proteger o poder de compra do investidor em períodos de alta inflação.
A investidora Daniela Colombo explica que quando a inflação está alta, a moeda local tende a se desvalorizar em relação a outras moedas, como o dólar. “O investidor pode comprar dólares diretamente ou investir em fundos cambiais que acompanham a variação da moeda estrangeira”.
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