Se daqui até o fim do que quer que seja que eu tenha vindo fazer neste mundo eu não me apaixonar por outra profissão, devo morrer trabalhando no ofício que pedi a Deus quando me cansei de fazer faxina em meu primeiro emprego, trabalho que eu fazia quando não estava atrás do balcão, vendendo pão e leite. Mas, antes de, sem querer saber se eu era autodidata, o destino me mandar revisar textos, trabalhei em uma rede de comércio varejista e em uma loja de conveniência, onde minha carreira de atendente foi interrompida.
Sempre incomodado com os erros de português que encontrava nos livros, jornais e revistas de que era leitor, eu já ficava de olho nos meus quando nem sonhava em ser revisor, corrigindo as cartas que escrevia para os amigos, os releases que redigia para uma festa que coproduzi entre 1991 e 1992 e os textos para um fanzine que editei entre 1993 e 1995, apesar de nos tempos de escola não ter tirado boas notas em redação e interpretação de textos, principalmente aqueles que, pela linguagem de outro mundo e falta de clareza, só o próprio autor consegue entender.
E não sonhava mesmo, porque, se tivesse sonhado, teria feito uma faculdade, visto que parte dos interessados em disputar uma vaga nesta profissão já começa a ser eliminada no próprio anúncio de quem a oferece, que, independentemente de pedir que o candidato tenha experiência ou não, exige que ele tenha formação de nível superior, de preferência, em Letras, achando que quem concluiu só até o ensino médio ou cursou outras áreas não domina a gramática da própria língua.
Com a experiência de quem só havia lido os manuais de redação e estilo dos principais meios de comunicação do país, como O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, Zero Hora e Editora Abril, em 1995, enviei um currículo para um escritório de tradução e legendagem de filmes que havia anunciado no jornal uma vaga de revisor de texto. Aprovado no teste, estreei na carreira corrigindo legendas de filmes. Há mais de 20 anos sofrendo as penas deste abençoado ofício, como ter pouco conhecimento, muitas dúvidas, mente traiçoeira, encarar textos ininteligíveis, ambiente barulhento, prazos curtos, madrugadas, fins de semana, feriados e atrasos no pagamento e ser privado dos passeios e das festas com a família, só não amo mais minha profissão porque trabalho menos do que gostaria.
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