A Poynter publicou recentemente um guia rápido com ferramentas para ajudar a identificar robôs no Twitter (perfis falsos cuja função é incitar discussões sobre um tema ou propagar as tais das fake news). São 10 dicas, resumidas a seguir.
No site da Poynter, as dicas são acompanhadas de vídeos curtinhos mostrando como fazer.
1. Verifique a data e o horário em que o perfil foi criado
Segundo o autor do guia, Henk van Ess, às vezes um robô surge minutos depois de um fato marcante acontecer, só para atrair pessoas que buscam as atualizações mais recentes sobre aquele evento e distribuir conteúdo enviesado a elas.
2. Veja os primeiros tuítes
Segundo van Ess, robôs geralmente começam suas vidas no Twitter vendendo produtos ou ideias, ou tuitando só links seguidamente. Para checar quais foram os primeiros tuítes de uma conta, basta usar a busca avançada do Twitter.
3. Verifique os seguidores
Robôs criados profissionalmente tendem a usar fotos de pessoas reais em seus perfis e a exibir uma mini-bio verossímil. Para evitar a detecção dos robôs, quem os cria “compra” seguidores de todos os cantos do mundo.
Aí é que o desconfiômetro deve apitar: pessoas que tuítam em suas línguas nativas raramente terão seguidores em todo o mundo; a tendência é que os seguidores sejam da mesma região/país.
Para identificar a origem dos seguidores de alguma conta, van Ess sugere o Followerwonk.
4. Encontre usuários do Twitter no Facebook
Van Ess observou que, de modo geral, o nome de usuário dos robôs do Twitter coincide com o endereço de e-mail com o qual a conta foi criada de forma automatizada. Então, um robô cujo perfil no Twitter seja @robo_ terá, muito provavelmente, um e-mail robo_@yahoo.com, robo_@gmail.com etc.
Como é possível fazer buscas de usuários no Facebook usando endereço de e-mail, basta fazer tentativas com os possíveis e-mails do robô a ser investigado. Caso ele esteja também no Facebook, o perfil pode fornecer elementos para avaliar se o usuário é um robô.
5. Procure palavras suspeitas em tuítes
A ferramenta Tweetbeaver permite exportar detalhes de uma conta no Twitter para uma planilha. Com isso, dá para fazer uma análise de tuítes que contêm uma certa palavra ou expressão (por exemplo, “fake news”) e o exato momento da postagem. Se os horários das postagens sobre um determinado tema coincidem com o momento em que esse tema passou a ser de interesse dos usuários, pode ter boi (ou melhor, robô) na linha.
6. Faça buscas em big data
Usando a ferramenta Graphika, é possível identificar as contas que mais tuitaram sobre determinado assunto e verificar se elas têm seguidores em comum, e quais são eles. O comportamento típico de robôs é que eles seguem uns aos outros, segundo van Ess.
7. Conecte uma conta falsa no Twitter a uma conta em rede social verdadeira
Geralmente, as pessoas usam os mesmos nomes de usuário/apelidos em diferentes redes sociais. Isso abre a possibilidade de encontrar mais informações sobre um determinado robô. Por exemplo: o endereço do perfil de um tuiteiro é http://twitter.com/robo_. Se substituirmos o “twitter.com” por “foursquare.com”, pode-se encontrar o perfil da pessoa real.
8. Busque a pontuação de um perfil
A pontuação de um perfil via Klout pode ajudar a determinar se uma conta está ativa ou inativa.
A plataforma atribui pontos a usuários no Twitter de acordo com a quantidade de interações (retweets) que eles têm com outros usuários. Robôs profissionais buscam tuitar da mesma forma que pessoas normais, para obter uma pontuação alta e passarem despercebidos. Só que mais cedo ou mais tarde começam a tuitar coisas aleatórias e se denunciam.
Para ver a pontuação de um perfil, basta colocar o nome de usuário após a URL klout.com/. Por exemplo, klout.com/robo_.
9. Cheque se o robô está “vivo”
O Social Mention ajuda a ver como e se um tuiteiro se comunica com outros usuários (respondendo a tuítes, por exemplo). Às vezes, um robô só se comunica com um ou poucos perfis — também falsos.
10. Quando e como o robô está tuitando?
Van Ess recomenda a ferramenta Account Analysis para levantar os períodos em que o perfil mais tuíta e qual a plataforma usada (celular ou computador). Dependendo do comportamento, é possível pelo menos suspeitar que a produção não é humana.
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Este texto foi retirado de um e-mail enviado em 20 de outubro de 2017 pela gerente-executiva da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Marina Atoji, à lista de e-mails de associados da entidade.
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