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Como identificar sinais que podem colocar a segurança escolar em risco

Após episódios de violência em escolas com vítimas fatais, a apreensão leva a diversos questionamentos, por exemplo, se os acontecimentos são previsíveis e o que fazer em momentos que fogem do controle. Afinal, se antes, esses fatos eram esporádicos; agora os números apontam um crescimento representativo. Nos últimos 21 anos, foram registrados 22 ataques no Brasil, sendo 10 apenas nos últimos 8 meses.

Existem diversos perigos associados a um evento violento nas dependências escolares e providências preventivas podem ser tomadas, como programas de conscientização às ameaças inerentes, como “bullying” e discriminação em zonas de convivência. Além disso, é crucial reconhecer o potencial dessas situações que podem se tornar extremas e colocar a vida de muitos em perigo.

“Uma análise de risco em ambiente escolar é uma avaliação crítica do que pode ocorrer dentro ou fora das salas de aula. Um ato agressivo é um evento altamente preocupante e requer uma avaliação cuidadosa”, afirma Soane Portela, instrutor de segurança na RS Serviços, que atua na área de terceirização e prestação de serviços, que incluem operações em portaria, segurança escolar, vigilância e limpeza.

São diversos perigos associados a um evento violento nas dependências das instituições de ensino, entre eles:

– Risco de lesão ou morte: um atentado a uma escola é capaz de resultar em feridos ou morte de alunos, professores e funcionários da escola.

– Trauma psicológico: mesmo aqueles que não são fisicamente machucados podem sofrer de trauma psicológico.

– Interrupção educacional: a violência tem potencial para interromper as atividades escolares por um período prolongado, afetando de forma negativa o processo de aprendizagem dos estudantes.

– Danos à reputação: um episódio desse nível chega a causar prejuízos à reputação da escola, como redução de alunos e do apoio comunitário.

Dessa forma, a fim de mitigar esses riscos, medidas de segurança adequadas devem ser implementadas. Além disso, Portela recomenda programas de conscientização às ameaças inerentes, como “bullying” e discriminação em zonas de convivência.

– Investir em segurança física: instalação de câmeras, portões de entrada controlados e presença de profissionais treinados.

– Promover a conscientização da comunidade escolar sobre os sinais de alerta de comportamentos violentos e incentivar a denúncia de preocupações apropriadas.

– Implementar um programa de avaliação de risco para identificar alunos que possam apresentar comportamento violento.

– Oferecer suporte emocional e psicológico após um atentado.

– Desenvolver um plano de resposta a emergências que inclua evacuação, bloqueio de portas e outras medidas de segurança.

O instrutor de segurança da RS explica que na possibilidade de uma situação de violência nas dependências escolares, alunos, professores e funcionários precisam estar preparados e cientes de cuidados e procedimentos para assegurar a proteção de todos.

Entre as providências que podem ser tomadas, ele lista:

– Atenção aos sinais de alerta: é importante que a comunidade escolar esteja ciente dos sinais de alerta de comportamentos violentos, como bullying, isolamento social, ameaças verbais e comportamento agressivo.

– Relatar preocupações: se tiver preocupações sobre um colega de classe ou qualquer outra pessoa na escola, é importante denunciar isso a um professor, orientador ou outra autoridade escolar imediatamente.

– Manter as portas fechadas: se um ataque ocorrer, é crucial manter as portas da sala de aula trancadas e bloquear qualquer entrada. Se possível, usar móveis ou outros objetos pesados para bloquear a entrada.

– Esconder-se em um local seguro: se não for possível bloquear a entrada da sala de aula, deve-se procurar um local seguro dentro da sala, como um armário ou debaixo de uma mesa. Certificar-se de estar longe das janelas e silenciar o telefone celular são também medidas recomendadas.

– Seguir as instruções das autoridades: se a polícia ou outras autoridades de segurança chegarem à escola, as instruções passadas devem ser seguidas imediatamente. Afinal, a presença deles visa a garantir proteção de todos na escola.

– Manter a calma: embora seja natural sentir medo ou pânico em uma situação de crise, é importante tentar ficar calmo e pensar com clareza. Isso pode ajudar a tomar decisões melhores e mais seguras.

– Cuidar-se de si mesmo: após um evento traumático como um atentado, é importante procurar ajuda emocional e psicológica, se necessário, e ficar em contato com amigos e familiares.

Como reconhecer o potencial de eventos que podem se tornar extremos e colocar a vida de muitos em perigo?

Portela esclarece que é necessário compreender os conceitos de eventos conhecidos como cisne negro e rinoceronte cinza, a fim de diminuir os riscos associados por meio de medidas preventivas.

Nas palavras dele, um evento cisne negro é aquele altamente improvável, imprevisível e impactante que representa consequências significativas. “É chamado assim porque são tão raros quanto um cisne negro —espécie de ave rara— e podem ter um impacto enorme no ambiente em que ocorrem.”

Já o evento rinoceronte cinza é aquele altamente previsível, mas é negligenciado ou ignorado. “Isso significa que as pessoas sabem dos perigos inerentes, mas não tomam as precauções necessárias para preveni-lo.”

É preciso ter atenção para não negligenciar ou ignorar indícios a fim de evitar tragédias e a perda de vidas.

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