Como não fazer uma transmissão de futebol em rede no rádio

Primeiro: Pegue um grande jogo de futebol. Por exemplo, o jogo do Barcelona na Champions League. Segundo: Pegue a equipe de transmissão de uma praça só. Por exemplo, Rio de Janeiro. Terceiro: Durante a transmissão, use e abuse de palavras que são conhecidas regionalmente. Por exemplo: “trepidante”, “sinistro”, “meirmão”. Pronto! A transmissão de um grande jogo será sucesso na praça local, afinal os nomes dos profissionais da equipe são conhecidos e a transmissão é carregada de sotaques, jargões e expressões regionais. Binnngo.

Mas, como ficam as outras emissoras em rede, afinal a cobertura é de alcance nacional, certo?

Bem, pelo que estamos ouvindo ultimamente, isso pouco importa para os “Jênios Jestores”. É claro que a situação poderia ser contrária. A transmissão poderia ser paulista, baiana, paranaense, gaúcha, potiguar etc. Não se trata de preconceito ou coisa do gênero, simplesmente que uma transmissão com linguagem regional agradaria mais o seu ouvinte, afinal seu público é local.

O que acontece, geralmente, é que alguns ouvintes ficam se sentindo peixe fora da água, refém de uma transmissão que não lhe agrada e dependendo do jogo – ou direitos de transmissão – a coisa fica pior, pois fica sem opção no rádio. Nesse caso, ele ouve insatisfeito ou muda de frequência até chegar em casa para terminar de ver o jogo, ou desliga o rádio.

Será que nesse caso específico fica tão difícil mesclar a equipe com profissionais de duas ou três praças?  Não dá pra fazer a transmissão local? Por que cada praça não faz o mesmo separadamente? “Ué”, era assim há pouco tempo “meu” ou “mermão”.

Futebol no rádio tem que ser regional ou, no mínimo, ter equipe mista. Caso contrário, fica muito ruim de se ouvir quando você desconhece ou pouco tem a ver com a linguagem usada na jornada esportiva. Cada praça tem seu ouvinte, que está cada vez mais exigente. Atualmente, ele é seduzido por inúmeras plataformas de transmissão alternativas de jogo, música, entretenimento etc.

Óbvio que o rádio é diferente da TV pelo simples fato de ter imagem e a narração ser mais pausada. Já tentaram “nacionalizar” programas esportivos como se eles fossem o ‘Jornal Nacional’ ou ‘Jornal da Band’ e não deu certo.  #RIPRADIO

 

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Anderson Cheni

Jornalista e radialista. Locutor oficial do Allianz Parque desde janeiro de 2022. Editor do blog Cheni no Campo, página que está no ar há mais de 10 anos. Apresentador da RIT TV e narrador esportivo do Portal Terra e da Enterplay TV. Proprietário da Cheni no Campo, empresa especializada em locução, narração esportiva e producão de eventos corporativos. Com mais de 20 anos de atuação na cobertura esportiva, soma passagens por emissoras de rádio de Mato Grosso e Capivari (SP). Em São Paulo, trabalhou nas rádios Record, Capital, Globo e CBN e nas TVs Sky e Rede Brasil.

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