Pessoas engajam pessoas. Essa é a máxima que sempre tenho em mente quando me debruço sobre o tema “comunicação”. Comunicação de todos os tipos e de todas as horas. Interna e externa, quando estamos falando de comunicação corporativa. Da mesa da sala de jantar, quando estamos falando da vida em geral. Afinal, como profissional da área, esse assunto caminhou comigo durante grande parte da minha trajetória até aqui.
Formado jornalista, comecei minha carreira como assessor de imprensa da prefeitura da minha cidade natal – Guaratinguetá (SP) – passando pela assessoria do time de futebol local e, depois, desembarcando em São Paulo para cuidar da área de comunicação corporativa da Netshoes, empresa em que estou até hoje. Por muitos anos, meu olhar foi para a comunicação externa e para como a marca era percebida fora dos muros da companhia.
Aos poucos, fui percebendo e sendo impactado pelo fato de que não há mais muros e que a comunicação – interna e externa, apenas na nomenclatura – é uma ferramenta poderosa não só para construir reputação e impactar consumidores e investidores, mas também para trabalhar pertencimento, engajamento, autoestima corporativa e, principalmente, ser estratégica para o negócio. Afinal, tudo impacta tudo. E comunicação tem (muito!) a ver com o sucesso do negócio.
E, novamente, com o fim do limite entre o que é interno e externo, também assumi a responsabilidade de zelar pela comunicação com nossos colaboradores. Mais de dois mil colaboradores. Mulheres, homens, millenials, geração X, fundador, time de relacionamento com o cliente, centros de distribuição, administrativo, tecnologia, criativos. Pessoas. As mais diversas. O desafio era grande, mas o potencial também poderia ser imenso. Afinal, como líder, eu já era um comunicador interno em atividade; e como funcionário da empresa há praticamente 10 anos, eu sabia muito bem o que era estar engajado.
Mas, naturalmente, nem tudo foi simples. A primeira missão foi desmistificar a ideia de que ‘comunicação’ é uma área e que ‘comunicação interna’ é função somente de fulano ou sicrano. Entendo que ela é uma disciplina e uma habilidade a ser praticada por absolutamente todos os colaboradores e que se, naturalmente, ela é responsabilidade de um profissional ou time, essa responsabilidade deva ser a de construir a estratégia, conectar as pessoas com o negócio, traçar objetivos, canais, papéis, mensagens, ser consultor; e não a de ser executor unitário e responsável isolado do todo.
Penso que comunicação não é megafone, é diálogo. Comunicação é empoderamento e construção de sentido, um caminho para se criar e estreitar relações. E, nesse contexto, os líderes – todos – devem estar cientes disso e de sua responsabilidade quanto a isso, esteja esse item em seu job description ou não (ideal que esteja, até para não restar dúvidas). Essa foi uma segunda missão: criar esse ambiente para uma comunicação de liderança ativa, transparente, assertiva, ágil e confiável. Os colaboradores sempre precisam ser os primeiros a saber o que está acontecendo. Precisam confiar no que é dito. Ver praticado o que é dito. E precisam também ter liberdade para fazer pedidos e comunicar o que lhes é importante. Esse é um ciclo que nunca termina e do qual temos todos que participar ativamente. E é papel do líder estimular e praticar este comportamento.
Em nosso ambiente, particularmente muito digital – afinal somos um e-commerce – tomamos o cuidado, inclusive, para não sermos ‘casa de ferreiro, espeto de pau’ e, de fato, nos tornamos pioneiros na adoção de tecnologias que permitem que a comunicação seja também moderna e adequada à realidade dos colaboradores. Rede social interna, com acesso a todos colaboradores inclusive por app, além de newsletters semanais e televisores com conteúdo institucional foram o mix de canais que encontramos para conectar todos e suportar nossa comunicação de forma que pudéssemos estabelecer fácil acesso à informação, agilidade e, principalmente, oferecer um canal intuitivo e apto ao diálogo.
Ainda, muito se confunde comunicação interna com endomarketing. Campanhas e ações – pontuais ou não – fazem parte do arcabouço de ferramentas, mas não é o todo. Para comunicar, não basta adesivar o andar e/ou fazer uma campanha com premiação no final – sim, tudo isso também comunica. Entretanto, sempre que pensamos em promoção de atividades que impactem diretamente nossos times, o foco é proporcionar experiências que estejam conectadas ao propósito do negócio. Seja com copa de futebol interna em estádio profissional, ativações de nossas marcas nas unidades, espaço aberto para que nossos parceiros comerciais também impactem nosso público com seus assets, tudo que fazemos conversa com o que acreditamos: pessoas em primeiro lugar (colaboradores e clientes) e um propósito alinhado ao objetivo de negócio por trás de tudo.
E nesses já alguns anos atuando mais diretamente com a prática de uma comunicação sem muros, entendo que o objetivo seguirá sendo construir pontes: entre o negócio e a estratégia declarada, entre a estratégia e seu desdobramento em ações, entre os papéis e o porquê das coisas, entre as conquistas e as histórias contadas, entre os desafios e os personagens, entre os planos e a realidade. Entre as pessoas. E finalizo, ao olhar para tudo isso, acreditando que ‘comunicação’ é muito mais que minha função, especificamente. É minha missão. Assim como deveria ser para todos.
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Por Helton Tavares. Gerente de comunicação e engajamento na Netshoes.
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