O Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar), em reunião de seu conselho de ética, absolveu sua própria campanha – “Confie no Conar” – de punição. A ação foi alvo de processo aberto por consumidores. Esta é a segunda vez que a entidade julga a campanha. Na primeira, em setembro deste ano, o órgão havia definido que a propaganda deveria ser alterada.
Criada pela AlmapBBDO, a comunicação veiculada em TV trazia diversas cenas, lado a lado, com diferenças entre si. Segundo a própria entidade, a ideia era mostrar que “o Conar sabe decidir sobre o que é gosto pessoal e o que é ofensivo, discriminatório ou preconceituoso”.
Para exemplificar a ideia central, o filme trouxe – lado a lado – uma mulher magra e uma outra gorda, por exemplo. A peça trazia, ainda, pessoas negras e outras brancas e uma mesa com comidas saudáveis ao lado de uma com refeições calóricas. Quando o comercial começou a ser veiculado, o Conar recebeu reclamações de pessoas que julgaram que a mensagem desrespeitava às minorias e a diversidade.
Na reunião com o conselho de ética realizada na quarta-feira, 29 de novembro, a entidade considerou que a campanha não fere dispositivos do Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária. Resultado: 12 votos a 1 em prol da produção.
“As peças da campanha, em linguagem lúdica, apenas apresentavam diferenças, sem mencionar que uma fosse melhor ou superior a outra”, declarou o Conar. O objetivo, segundo a entidade, era “explicar que a publicidade precisa de liberdade de expressão para abordar todas as possibilidades”. Mas com um porém: “desde que não ofenda princípios éticos”.
O conselheiro autor do voto vencedor considerou que a campanha valoriza qualquer ser humano. Na avaliação dele, a ação não diferencia ninguém por estado físico, civil, cronológico ou social. “A entidade acerta em analisar princípios éticos”, disse. “Que defendem a liberdade de expressão e o desenvolvimento de empresas através de uma comunicação sadia e verdadeira”, complementou.
Apesar do posicionamento do Conar a respeito do processo, a campanha não está mais sendo veiculada em TV. Os filmes não estão mais disponíveis nas redes sociais ou no YouTube.
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