O 13º Concurso do Espumante Brasileiro, realizado entre os dias 27 e 28 de setembro, avaliou 505 rótulos de oito estados brasileiros, premiando 172 espumantes. Nesta edição, de forma inédita, foram laureadas amostras de vinícolas de Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo, sendo concedidas 13 Medalhas Grande Ouro, 153 Ouro e seis Ouro Destaque.
Entre os 54 jurados, estiveram presentes enólogos, sommeliers, jornalistas, escritores e influencers, que avaliaram o concurso como de alto nível. Isto pode ser evidenciado pelo fato de que 30% premiados atingiram notas correspondentes a Medalhas Grande Ouro, acima de 93 pontos, e Ouro, de 89 a 92 pontos.
No total, foram 93 vinícolas inscritas na competição, que apresentaram espumantes naturais que estão à venda no mercado, provenientes de uvas vitis viníferas, obtidos a partir de diferentes métodos e categorias. A apreciação durou 12 horas, sendo realizada às cegas amostra por amostra, seguindo normas internacionais estabelecidas pela Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV). O Sabre de Ouro, grande prêmio do concurso, foi entregue a seis espumantes, um em cada categoria.
Para Brunno Magnavita, sommelier e fundador da Elite Vinho, comércio varejista especializado na importação e na distribuição de vinhos finos de diversas regiões do mundo, o mercado de espumantes brasileiros está em uma fase de crescimento notável, com grande capacidade de diversificação.
“A participação de espumantes de seis diferentes estados brasileiros no 13º Concurso do Espumante Brasileiro, além do tradicional Rio Grande do Sul, é um indicativo forte desta expansão”, pontua. “Esta evolução, embora baseada em uma trajetória de crescimento constante, ainda é surpreendente devido à velocidade e à amplitude com que está ocorrendo, refletindo um amadurecimento do mercado e um reconhecimento cada vez maior da excelência dos espumantes nacionais.”
Magnavita também avalia como “notavelmente impressionantes” os resultados do 13º Concurso do Espumante Brasileiro, visto que quase um terço dos concorrentes tiveram notas muito altas.
“Este nível de excelência, especialmente em um concurso com 505 amostras, é uma clara demonstração de que os produtores nacionais estão alcançando uma qualidade excepcional”. Para ele, o fato de ter havido uma necessidade de elevar o limiar de pontuação para as medalhas reflete o elevado nível dos produtos, “o que pode ser considerado tanto uma surpresa quanto um resultado esperado, dada a trajetória ascendente da qualidade dos espumantes brasileiros nos últimos anos”.
Espumante é presença marcada nas festas de fim de ano
Abrir uma garrafa de espumante nas festas de final de ano para brindar o novo ciclo que se inicia é uma tradição conhecida no mundo todo. Trata-se de um tipo de vinho que, diferentemente do vinho tradicional, passa por um segundo processo de fermentação, no qual ocorre a carbonatação, ou seja, a formação de gás carbônico.
Quando uma garrafa de espumante é aberta, esse gás é liberado, formando as características borbulhas dessa bebida. A bebida é, usualmente, acompanhada por distintos pratos da ceia de Réveillon, desde petiscos até pratos principais e sobremesas.
“A harmonização de espumantes não se limita apenas à combinação de sabores, mas também envolve a criação de uma experiência sensorial completa”, afirma Magnavita.
Segundo ele, para escolher o espumante adequado, é importante considerar a textura, a temperatura e até o aspecto visual dos pratos que serão servidos. “O ideal é experimentar combinações, pois cada paladar é único, o que possibilita a descoberta de harmonizações surpreendentemente agradáveis”, aconselha o especialista.
A seguir, o fundador da Elite Vinho elenca algumas dicas sobre como harmonizar os pratos da ceia de Réveillon com as principais categorias de espumantes.
Brut
O espumante brut é um clássico para a celebração, avalia Brunno Magnavita. “Com acidez equilibrada e leveza, ele combina com aperitivos leves, como canapés de salmão ou caviar, realçando os sabores.”
Prosecco
Para Magnavita, o prosecco, com notas florais e frutadas, é uma excelente escolha para harmonizar com saladas frescas, especialmente aquelas compostas de frutas, como manga ou morango. “É uma combinação que destaca a leveza e o frescor tanto do vinho quanto do prato”, ressalta.
Rosé seco
Segundo o especialista, um espumante rosé seco é ideal para acompanhar pratos à base de carne branca, como peru e frango, “pois a estrutura e as notas frutadas da bebida complementam os sabores suaves desses tipos de carne, proporcionando um equilíbrio gustativo agradável”.
Demi-sec
Para acompanhar as sobremesas, o fundador da Elite Vinho recomenda um espumante demi-sec. “A doçura moderada desse espumante harmoniza bem com a maioria das sobremesas tradicionais de Réveillon, como tortas de frutas e pudins, sem sobrecarregar o paladar com açúcar.”
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