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Confiança dos consumidores vai ditar reabertura lucrativa do comércio

Brasília, DF 8/9/2020 – Com essa questão do exame, a gente posta nas redes sociais. Eles (os clientes) estão começando a ter mais confiança.

A reabertura do comércio não foi o suficiente para retomar o faturamento registrado no período pré-pandemia da covid-19. É o que relatam os lojistas que decidiram pela retomada das atividades presenciais frente ao afrouxamento das medidas de isolamento social. 

Na tentativa de atenuar a curva de perdas, comerciantes buscam medidas para garantir mais segurança aos consumidores. Nesse sentido, a aposta do momento é a realização de testes para covid-19 nos colaboradores da empresa.

Com a insegurança pairando no ar, consumidores resistem em sair de casa, e as compras acabam ficando em segundo plano. De acordo com o IBGE, o movimento fraco causado pelos efeitos da pandemia já foi responsável pelo fechamento de 39,4% das empresas, porcentagem equivalente a 522,7 mil estabelecimentos que pararam de operar temporária ou definitivamente desde março de 2020. 

Aos empresários que sobreviveram à paralisação do comércio, a autorização para reabertura ainda não é motivo de alento. Uma pesquisa da ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) apontou que 91% dos lojistas relataram queda no movimento de clientes no pós-reabertura em boa parte do país. Dos entrevistados que participaram da pesquisa, ninguém qualificou o movimento como “bom” ou “no mesmo nível anterior ao da pandemia”.

Dessa forma, estabelecimentos decidiram permanecer fechados, sob a justificativa de que o baixo faturamento não compensa o risco de exposição dos funcionários e clientes.

Decisões como essa evidenciam que seguir os protocolos sanitários do uso obrigatório de máscaras, distanciamento social, aferição da temperatura e higienização dentro dos estabelecimentos ainda não é o suficiente para conquistar a confiança dos clientes. 

A solução encontrada foi a realização de testes de covid-19 para as empresas que estão retornando às operações presenciais.

O laboratório Dom Bosco, em Brasília, por exemplo, relatou uma alta na procura pelos exames para covid-19, tendo realizado mais de 3.800 exames para a infecção desde março deste ano, com destaque para 30 empresas testadas.  

A testagem em massa nas equipes permite a comprovação laboratorial da presença do novo coronavírus no organismo dos funcionários ou a presença de anticorpos para a doença, garantindo maior segurança no local de trabalho. Nesse modelo de testagem, o laboratório negocia os valores com o empresário, considerando o volume de exames a serem realizados e o local onde as coletas serão feitas.

Entre os clientes atendidos pelo laboratório, está o restaurante Parrilla Beer, em Brasília. O estabelecimento reabriu em julho somente após a testagem em massa de todos os funcionários da empresa.

Para Ronie Souza, 32 anos, maître do restaurante, a testagem da equipe foi essencial para o retorno às atividades presenciais. Ele afirma que a decisão de realizar os exames pelo Laboratório Dom Bosco foi tomada para evitar a exposição dos funcionários em hospitais e postos de saúde. 

“Muitos estabelecimentos abriram mão de pagar para fazer por conta do governo. E, na época da reabertura, a gente tinha o prazo de 10 dias para tentar fazer o teste. Só que de tanto você ir nos postos, tentando marcar, você também está se arriscando. E quando você chega lá a resposta sempre é não”, explicou.

Ronie conta que a iniciativa teve impacto positivo na equipe. Frente à retomada, ele afirma que foi uma medida importante para aumentar a confiança dentre os funcionários, prontamente sentida pelos clientes.  

“Com essa questão do exame, a gente posta nas redes sociais. Eles (os clientes) estão começando a ter mais confiança. Está vindo um, come, vê como a gente está trabalhando, fala pro outro, que vai falando pro outro”, explicou Ronie.

Rose Araújo, CEO do Laboratório Dom Bosco, comenta que o laboratório teve de se readaptar para esse novo modelo de testagem. Um site exclusivo dedicado à negociação dos exames para COVID-19 foi criado (confira aqui). Ela explica também que o protocolo adotado durante as coletas envolve uma logística importante e rígida para garantir a segurança dos envolvidos no processo. 

Quando um paciente vem nas nossas unidades, ele encontra uma sala só para as coletas de nasofaringe. Quando as coletas são feitas no estabelecimento da empresa, a gente leva nosso material. Todos os técnicos que vão coletar os testes têm que usar os paramentos e, imediatamente após as coletas, tudo é descartado. Tanto para a proteção do profissional, quanto para a proteção do paciente” afirma ela.  

Já para Maria Gabriella Araújo, diretora de gestão de pessoas do laboratório, os testes feitos pelas empresas são cruciais para a volta bem-sucedida das atividades presenciais do comércio. 

“O cliente se sente mais confortável de ir em um estabelecimento onde as pessoas estão sendo testadas. Sente também uma empatia maior pela empresa que está realizando esses testes. Nós podemos dar um pouco de segurança para o comerciante e seus clientes. A pessoa que está ali quer se sentir segura e saber que sua família também está.”

 

Segurança para todos

Estabelecimentos comerciais não são os únicos à procura de garantias e valores mais baratos. Maria Gabriella afirma que houve aumento da procura de testes por grupos como condomínios residenciais e escolas. 

A testagem em massa nas escolas mira na garantia de um ambiente mais seguro para a retomada das aulas presenciais na rede particular, prevista para 21 de setembro em Brasília. Nesse caso, o principal objetivo dos que entram em contato é fazer o diagnóstico de todo o quadro funcional que atua na escola, sejam professores, coordenadores ou funcionários dos serviços gerais.

Já nos condomínios residenciais, os exames diagnósticos para covid-19 chamam a atenção pelos preços em conta, uma vez que os moradores se mobilizam para a compra conjunta dos exames, o que implica em uma oferta mais acessível que a realização de testes particulares. 

Maria Gabriella reforça o papel dos testes para o controle epidemiológico. “Nosso laboratório é um lugar que as pessoas buscam para se sentir seguras. Com os resultados, sendo positivos ou negativos, é possível manter as pessoas que foram infectadas em isolamento social, e, dessa forma, a gente pode conter um pouco mais a pandemia”.

 

Serviço

Localizado em Brasília/DF, o Laboratório Dom Bosco possui unidades em Taguatinga Sul, Norte e em Ceilândia. O número para contato é (61) 3562-1203.

Website: https://domboscolaboratorio.com.br/

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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