São Paulo, SP 27/11/2020 – Encontro entre especialistas promoveu discussões a respeito da anosmia, que é um dos principais sintomas apontados por aqueles que contraem a Sars-Cov-2
Desde março, quando o índice de contaminação do novo coronavírus tomou proporções alarmantes, descobriu-se que a perda súbita de olfato e paladar era um dos principais sintomas apresentados por aqueles que contraíram a COVID-19.
De lá para cá, diversas pesquisas relacionadas foram desenvolvidas pela comunidade científica, a fim de auxiliar no combate à doença, bem como na redução do nível de contágio.
Passados aproximadamente oito meses desde esta descoberta, um encontro virtual entre especialistas para discutir o assunto foi realizado durante a 50ª edição do Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia, que está em andamento e ocorre em formato 100% online devido à pandemia e a consequente necessidade de distanciamento social.
Na noite desta quinta-feira, 26 de novembro, profissionais da área promoveram uma mesa redonda para discutir o assunto, e trazer ao conhecimento dos demais participantes do encontro, os procedimentos mais indicados a serem tomados junto aos pacientes que relatam anosmia por conta da COVID-19 e como trabalhar na recuperação da perda súbita do olfato e do paladar.
De acordo com os especialistas que participaram da discussão, o treinamento olfatório traz uma melhora significativa da perda, não possui contraindicação e pode ser realizado ainda no período em que a pessoa está contaminada pelo novo coronavírus. A lavagem tópico nasal também é indicada como auxílio ao tratamento.
Por outro lado, em relação ao uso de corticoides sistêmicos, não há um consenso. Alguns médicos prescrevem logo no início dos sintomas e, outros, após os primeiros 14 dias de apresentados os sintomas da doença.
“Tudo ainda é muito recente, estamos trabalhando e aprendendo dia a dia, de acordo com a resposta de cada paciente. A perda súbita do olfato e do paladar é, em grande parte dos casos registrados, o primeiro sintoma apresentado, isso por se tratar de um sintoma muito comum em casos de infecções virais das vias aéreas superiores. Como forma de se recuperar da anosmia, o treinamento olfatório tem se mostrado muito eficiente na maioria dos casos, por isso essa tem sido a conduta médica mais indicada. Porém, há relato de casos em que não houve recuperação da perda, mesmo passados aproximadamente 60 dias da liberação do paciente. Assim, ainda não é possível estabelecer um padrão definitivo a ser seguido”, declarou o otorrinolaringologista Dr. Marcel Menon Miyake, que participou das discussões.
O 50º Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial ocorreu de sábado, dia 21, até sexta-feira, 27/11. Com aproximadamente 4.600 médicos participantes, o evento contou com 300 palestrantes e 20 convidados internacionais; promovendo debates e apresentando trabalhos relacionados à Alergia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Cirurgia Plástica da Face, Crânio Maxilo Facial, Eletroneurofisiologia, Estomatologia, Foniatria, Laringologia, Medicina do Sono, Medicina do Trabalho, Otologia, Otoneurologia, Otorrino Geriátrica, Otorrino Pediátrica e Rinologia.
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