Congresso oferece formação em jornalismo de dados

Realizado pela Abraji, 13º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo dá vez ao jornalismo de dados. Serão nove painéis sobre o tema

O 13º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo também será uma oportunidade para fazer um “intensivão” de jornalismo de dados. Entre os mais de 70 painéis e workshops do evento, serão oferecidos nove cursos sobre a área. Serão dicas, truques e formas de aplicar diferentes linguagens na apuração jornalística.

Ao longo dos três dias, será possível se iniciar ou se aprimorar no jornalismo de dados. “Além dos treinamentos que oferecemos regularmente, abrimos espaço neste congresso para workshops de maior duração. Abordando técnicas avançadas, especialmente na área de dados. Assim, quem já domina o básico, terá opções para aprofundar o seu conhecimento”. É o que explica Tiago Mali, coordenador de cursos e projetos da Abraji.

Para quem deseja se iniciar no universo do jornalismo guiado por dados, serão cinco palestras.

Das 9h às 12h30 de 28 de junho, primeiro dia do evento, Mali será instrutor de um workshop. Ele apresentará o “Jornalismo de dados: dados públicos e truques com planilhas”. A oficina prática, voltada para iniciantes, ensinará os inscritos a utilizar as principais ferramentas de planilha eletrônica para manuseio de bases de dados públicas.

No mesmo dia, das 14h às 15h30, o co-diretor da ONG Dados.org, Claudio Weber Abramo, promoverá um curso sobre “O uso de dados públicos na cobertura de eleições”. A oficina será focada na utilização das ferramentas Datascópio e Cruza.Dados, desenvolvidas pela organização.

(Imagem: divulgação/Abraji)

No dia 29, o assessor de imprensa do Conselho Federal de Medicina (CFM), Milton Júnior, será o instrutor do curso “Onde encontrar e como usar dados públicos de saúde”. A oficina, que ocorrerá das 9h às 10h30, ensinará os participantes a explorar as principais bases de dados nacionais e internacionais sobre saúde — do DataSUS à OMS — para incrementar a cobertura do tema.

Paralelamente, também das 9h às 10h30 da sexta-feira, Marco Túlio Pires e Keila Guimarães, do Google News Lab, ensinarão os congressistas a utilizar a ferramenta Twitter Archiving Google Sheet (TAGS). A funcionalidade permite utilizar a API do Twitter para montar uma base de dados sobre atividade política usando o Google Planilhas. O curso é intitulado “Vai que eu tô te vendo: como monitorar atividade política no Twitter”.

No sábado, 30 de junho, uma nova oportunidade de se introduzir no jornalismo de dados. Das 9h às 10h30, Álvaro Justen, o Turicas, será o instrutor do curso “Introdução à linha de comando”. Durante a oficina, o desenvolvedor de softwares da Escola de Dados e programador do projeto Gênero e Número ensinará conceitos básicos para transformar problemas do mundo real em tarefas que o computador consiga resolver rapidamente.

Para quem já tem alguma familiaridade com o jornalismo de dados, há quatro outras oficinas.

Na quinta-feira, das 9h às 16h30, a cientista de dados e o diretor-executivo da Transparência Brasil, Jéssica Voigt e Manoel Galdino, promoverão o curso “Como usar o R para jornalismo de dados”. A oficina prática ensinará como utilizar o software para fazer análises estatísticas e manuseio de microdados.

Também das 9h às 16h30, mas na sexta-feira, o programador Álvaro Justen (Turicas) dará o curso de “Introdução ao Python para jornalistas”. Ele ensinará o fundamental sobre a linguagem de programação, com foco na utilização da biblioteca BeautifulSoup e na raspagem de dados.

No sábado, no mesmo horário, o jornalista Pedro Burgos será o instrutor do workshop “Python para jornalistas intermediário: Pandas e conexão com APIs”. A oficina do bolsista do ICFJ Knight e fundador do impacto.jor ensinará a aplicar a linguagem para usar APIs e utilizar Pandas — uma biblioteca da linguagem muito usada na raspagem e limpeza de dados.

Também no sábado, mas das 9h às 10h30, Marco Túlio Pires e Keila Guimarães, do Google News Lab, darão a oficina “Faxina nos dados: como usar o Google Dataprep para arrumar bases”. No workshop, os instrutores ensinarão a utilizar a ferramenta Google Cloud Dataprep para organizar, limpar e preparar dados estruturados ou não estruturados e facilitar a análise.

Outras mesas sobre jornalismo de dados

Além dos cursos sobre jornalismo de dados, o Congresso da Abraji terá mesas sobre a utilização dos dados em casos práticos.

Na quinta-feira, 28, das 14h às 15h30, Thiago Reis, Fábio Takahashi e Bruno Paes Manso participarão da mesa “Como contamos grandes histórias a partir de dados”, com moderação de Cecília do Lago. Os jornalistas contarão os bastidores e técnicas usados na produção do Monitor da Violência, vencedor do Data Journalism Awards 2018, e da reportagem “Estudo inédito indica alta chance de fraude em mil provas do Enem“.

Na sexta, das 9h às 10h30, Igor Mello, Gabriel Cariello, Marco Grillo e Fábio Teixeira estarão na palestra “Segurança pública em dados e narrativas multimídia”, sobre os especiais “A Guerra do Brasil” e “A tropa dos confrontos”. Mais tarde na sexta-feira, das 14h às 15h30, Ana Magalhães e Kátia Brembatti discutirão “Como transformar dados em reportagens de engajamento”, a partir de suas experiências com o Ruralômetro e com o especial sobre o piso salarial dos professores no Paraná.

Serviço

13º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo
28, 29 e 30 de junho de 2018
Universidade Anhembi Morumbi
(Rua Casa do Ator, 275 | Vila Olímpia | São Paulo – SP – Brasil)
Inscrições no site: congresso.abraji.org.br

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Por Rafael Oliveira.

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Abraji

Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Criada em 2002 por um grupo de jornalistas brasileiros interessados em trocar experiências, informações e dicas sobre reportagem, principalmente sobre reportagens investigativas. É mantida pelos próprios jornalistas e não tem fins lucrativos.

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