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Consultora comenta influências italianas nos hábitos dos brasileiros

Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, por volta de 1500, o país passou a receber imigrantes de diversas partes do mundo. Estimativas indicam que a imigração italiana, que ocorreu entre os anos de 1876 a 1960, foi uma das maiores, tendo em vista que o número de descendentes de italianos em solo brasileiro gira em torno de setenta milhões. Segundo projeções, o Brasil possui cerca de 25 milhões de ítalo-descendentes, o que leva o país à condição de nação com o maior número de descendentes fora da Itália.

Para Lilian Ferro, CEO da Simonato Cidadania, consultoria para o reconhecimento de cidadania italiana, a migração italiana causou uma grande influência na culinária brasileira, bem quanto no estilo de vida de pessoas de diferentes regiões do país.

“Diversos hábitos dos italianos já estão arraigados na cultura brasileira por conta da grande imigração que houve daquela população por aqui. Hoje, a influência gastronômica da Itália no Brasil é em torno de 41%, e existem regiões no Sul do país que ainda falam o dialeto das suas regiões italianas”, afirma.

Ferro destaca que os imigrantes vindos da Itália para trabalhar nas lavouras de café foram ficando pelo Brasil e constituindo família em meados do século 19. Após a queda do café, esses italianos ficaram trabalhando nas lavouras e ajudaram a transformá-las em pólos da agricultura brasileira.

“Os imigrantes que vieram ao Brasil no fim do século, por sua vez, foram trabalhar nos grandes centros, construindo prédios em capitais como São Paulo. A cultura italiana está muito presente em nosso dia a dia. Você sabia que o sindicato é uma criação dos italianos? Até mesmo a força do catolicismo no Brasil tem uma grande influência dos italianos, que sempre tiveram essa religião como parte da sua vida”, explica.

A empresária também chama a atenção para o sotaque paulistano, que é uma influência direta dos italianos. “Além disso, times de futebol como o Palestra Itália, hoje Palmeiras, surgiram como uma maneira de unificar a comunidade italiana. Ou seja, estamos emergidos na cultura italiana e, muitas vezes, nem percebemos”, afirma.

Na visão de Ferro, até mesmo as tradicionais reuniões de família vêm dos costumes italianos. Neste ponto, ela destaca que há outros hábitos característicos do povo italiano que também poderiam ser adotados pelos brasileiros. A reportagem organizou a lista com cinco itens citados por ela a seguir:

1 – Usar o bidê

“Morando na Itália percebi hábitos que, realmente, fazem a diferença para o nosso estilo de vida, e o primeiro deles é o costume de usar o bidê”, afirma.

Ferro conta que a maior parte dos italianos utilizam o bidê regularmente, motivo pelo qual a falta desse equipamento durante viagens a outros países costuma chocar os italianos, uma vez que a peça contribui para a higiene, saúde e bem-estar. 

2- “Dolce far niente”

Para a CEO da Simonato Cidadania, o termo “dolce far niente” – o “doce fazer nada”, em tradução literal, é um hábito italiano que poderia ser incorporado pelos brasileiros.

“A frase evoca o prazer que, em algum momento do dia, todos devemos nos dar com a permissão de uma pausa para relaxar e, literalmente, não fazer nada. Até porque um momento de relaxamento é essencial para recarregar as energias e dar continuidade com os afazeres com assertividade”, considera. 

3- “Deus não criou o mundo em um dia, ele criou em 6 e no sétimo descansou”

Ferro explica que essa “filosofia” consiste em um modo de enxergar as coisas sem muita pressa. “Muitos italianos preservam o costume de realizar as tarefas e cumprir os desafios diários com tranquilidade, entendendo que cada coisa tem o seu momento – e que deve haver um momento específico, inclusive, para descansar”.

4- Cozinhar em família

Na opinião da empresária, o hábito de cozinhar em família ao menos uma vez na semana é outra tradição italiana que os brasileiros poderiam adotar, já que isso literalmente reúne a família e pode contribuir para o estreitamento de laços que, por vezes, são distanciados por conta da correria do dia a dia.

5- “Digestivo” depois do almoço

Para concluir, Ferro destaca que o chamado “digestivo” é outro hábito comum para italianos – e que tem tudo para cair no gosto dos brasileiros.

“O ‘digestivo’ depois do almoço consiste na ingestão de algum licor após as refeições para ajudar a digerir. Pode ser um limoncello, uma grappa ou um amaro. Tenho certeza que os brasileiros que experimentarem irão amar”, finaliza.

Para mais informações, basta acessar: https://www.simonatocidada

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