Uma empresa nos dias atuais que dispensa a criação de um departamento de controladora está com os dias contados. Quase metade dos negócios abertos no país fecham em até 3 anos, aponta pesquisa do IBGE, sendo a falta de gestão adequada um dos principais motivos. Isso mostra que não adianta simplesmente a motivação ou o capital para empreender. É preciso organização, planejamento e um organograma que permitam à instituição atingir um horizonte próspero. E quem faz essa função dentro das empresas é a controladoria.
Trata-se do setor que integra as demais áreas, que pensa e coordena os esforços individuais e busca a sinergia entre eles para que os resultados da companhia sejam mais facilmente atingidos. Os passos para desenvolvimento, desde o planejamento, execução e controle, precisam ser acompanhados para que não aconteça um tombo e, com ele, possíveis danos irreversíveis à saúde financeira.
Uma pesquisa do SEBRAE apontou que o cenário vivido pós-pandemia foi um dos mais desafiadores para as empresas nos últimos anos. “Empresas estruturadas tendem a sobreviver a essas e outras crises que podem acontecer”, afirma a especialista em controladoria e finanças Claudia de Abreu Barreto. A profissional, que atua há mais de uma década no departamento de controladoria de grandes marcas, listou abaixo os principais pontos que fazem das companhias que já possuem esse setor no seu organograma, mais saudáveis e prósperas.
– Planejamento e Controle: são catalogadas as informações sobre despesas fixas e variáveis, padrão de custos, serviços e produtos e impostos incidentes. Formação de preços e projeções de vendas também são contemplados. Todos esses dados possibilitam criar uma previsão do resultado a ser gerado pela companhia e consequentemente uma real perspectiva de lucros. É aqui no planejamento que as ações principais e estratégicas são compiladas com o objetivo de criar o plano que irá garantir o cumprimento dos objetivos e da missão da companhia.
– Execução (Ou Plano de ação): A execução é um conjunto de planos de ação, que por sua vez é um conjunto de ações que serão direcionadas a média e alta liderança com prazos de entrega previamente determinados.
– Avaliação dos relatórios: Aqui, vamos comparar o resultado que foi planejado com o que está sendo realizado, analisando: a eficácia da gestão, a adequação quanto às políticas e objetivos da companhia. Após concluída esta análise, ficarão evidentes pontos de melhoria que servirão para corrigir rotas e os pontos fortes.
– Eficiência na Gestão Tributária: Conhecimento e aplicabilidade das políticas fiscais/tributárias, impedindo descumprimento das leis vigentes, monitorando a companhia com ações que evitam multas e perdas financeiras.
– Controles Internos: Feitos por meio de auditorias operacionais que garantem a proteção de seus ativos.
– Parecer Econômico: Estar atento aos dois ambientes, interno e externo. Mapear ações externas que influenciam no negócio: concorrência de mercado, comportamento da economia nacional e internacional, decisões do governo, inclusive a necessidade de novas tecnologias. A antecipação desses riscos, minimizam ou eliminam os impactos negativos para a saúde econômico-financeira da companhia.
Em uma grande empresa, a controladoria possui laços indissociáveis com dois outros departamentos: o departamento contábil/fiscal e financeiro/planejamento. O primeiro visa fiscalizar o pagamento de impostos, tributos e demais obrigações financeiras.
“O desequilíbrio entre o que se deve pagar e o que efetivamente foi pago pode criar buracos no caixa da companhia e levá-la à falência”, alerta Claudia. E o segundo tem por objetivo corporificar o crescimento de um negócio, criar perspectivas de investimento e crescimento para que esta possa manter-se competitiva e atrativa frente a concorrência. “Todo crescimento precisa ser planejado para que haja o investimento adequado e, principalmente, sem riscos”, completa a especialista.
A controladoria é vista ainda como um diferencial competitivo para quem o possui. A competitividade e sustentabilidade do negócio passam por esse setor que conecta tantas áreas vitais e que, atualmente, tornou-se indispensável para as grandes companhias.