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Covid-19: como a pandemia impactou diretamente nas tendências de e-commerce

Nova Iorque 15/6/2020 – O serviço de compras e entrega em domicílio mais do que dobrou entre março e abril. Algumas dessas empresas chegaram a crescer 300% durante esse período

A pandemia causada pela COVID-19 afetou não só a saúde mundial, mas também o modo como as pessoas compram e buscam informação online. Nos Estados Unidos, o mercado de e-commerce foi atingido logo no início da doença com queda nas vendas online. A incerteza do mercado e uma possível depressão econômica fizeram com que os internautas cortassem quase que de imediato os gastos online. Mas o que começou com um cenário desfavorável tem se tornado o maior meio de vendas no país e também no mundo.

De acordo com Laura Milan, SEO e Brand Strategist na empresa internacional de consultoria Improove, o mercado de e-commerce nos Estados Unidos superou todas as expectativas depois de um começo difícil. “O início da pandemia foi um momento de muita apreensão para os nossos clientes, principalmente, de e-commerce. Na indústria de cosméticos, por exemplo, alguns sites chegaram a perder quase 20% do número de cliques e por volta de 14% no número de pedidos durante o mês de março”. Em maio, no entanto, o cenário foi bem diferente. “Depois do choque inicial da pandemia e com o cheque de estímulo do Governo, vimos a recuperação do setor e, em alguns casos, aumento de 13% no número de vendas comparado com o período anterior à pandemia.”, comenta a especialista.

Por outro lado, tarefas diárias como uma rápida ida ao supermercado foram substituídas por carrinhos online e longas filas de espera virtual para agendamento da entrega. De acordo com uma pesquisa divulgada pela Adobe, em abril nos Estados Unidos, compras de supermercado online subiram 110% comparado com março do mesmo ano. “O serviço de compras e entrega em domicílio mais do que dobrou entre março e abril. Algumas dessas empresas chegaram a crescer 300% durante esse período. As medidas do Governo para que as pessoas ficassem em casa e toque de recolher em algumas cidades sobrecarregam o sistema de entrega. Hoje, vemos um retorno às mesmas tendência e tráfego de usuários antes do início da pandemia”, ressalta Milan. 

O Brasil, em menor escala, seguiu a mesma tendência do mercado consumidor norte-americano. De acordo com o site Statista, na primeira quinzena de março, o país apresentou um aumento de 40% nas vendas de e-commerce se comparado com a primeira quinzena do mesmo mês. O número de consumidores online também aumentou de forma considerável durante a mesma época. O foco das compras pela internet no Brasil foi de produtos de saúde e higiene, como desinfetante e álcool para as mãos, um crescimento de 120% desses itens nas vendas online no país. 

Outra mudança foi por parte das grandes varejistas brasileiras que, em meio à pandemia e uma possível crise econômica, passaram a oferecer frete grátis, incentivo que não era facilmente encontrado para quem já estava acostumado a comprar online. Essa alteração, no entanto, acabou não influenciando no faturamento geral do setor que, desde março, vem observando uma crescente e já apresenta números significativos durante a pandemia da coronavírus. O varejo, por outro lado, segundo dados do IBGE, teve uma queda de 2,5% no mês de março, apesar do aumento das vendas na internet. 

No país norte-americano, o foco dos consumidores também mudou bastante. “Constatamos que além de produtos de limpeza e de higiene pessoal, o mercado nos Estados Unidos apresentou crescimento em itens relacionados ao conforto do consumidor”, afirma Laura. Produtos como “roupa de ficar em casa” e pijamas tiveram um aumento de 143% durante esse período. Além dos itens de supermercado e produtos para tornar a vida em casa mais confortável, setores como o de eletrônicos subiram 58% e o de bebidas alcoólicas 74%. “É muito interessante ver como os hábitos de compras mudam e como as incertezas impactam diretamente o modo como as pessoas compram e buscam na internet. Acredito que o mercado de e-commerce passou por grandes mudanças nos últimos meses e que, mesmo que a situação volte ao normal, a comodidade e praticidade de compras online vão permanecer nos hábitos do consumidor”, conclui Laura Milan.

 

Sobre Laura Milan
Formada em Comunicação Social pela PUC Minas e especializada em Branding pela City University of New York (CUNY), Laura Milan conta com mais de 10 anos de experiência em Comunicação, Relações Públicas e Branding passando por agências de atendimento à imprensa e empresas de comunicação no Brasil.  Hoje, após quatro anos vivendo na cidade de Nova Iorque e trabalhando com marcas digitais, Laura assume a posição de Gerente e Estrategista de SEO e branding para a Improove, uma agência austríaca líder em SEO e estratégias de conteúdo com presença em 60 países.

Website: https://www.improove.net/

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Anderson Scardoelli

Jornalista "nativo digital" e especializado em SEO. Natural de São Caetano do Sul (SP) e criado em Sapopemba, distrito da zona lesta da capital paulista. Formado em jornalismo pela Universidade Nove de Julho (Uninove) e com especialização em jornalismo digital pela ESPM. Trabalhou de forma ininterrupta no Grupo Comunique-se durante 11 anos, período em que foi de estagiário de pesquisa a editor sênior. Em maio de 2020, deixou a empresa para ser repórter do site da Revista Oeste. Após dez meses fora, voltou ao Comunique-se como editor-chefe, cargo que ocupou até abril de 2022.

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