São Paulo-SP 26/4/2021 –
A trombose é a formação de um coágulo no sangue que obstrui ou dificulta a circulação de um vaso sanguíneo e pode afetar diversos locais a depender do quadro clínico, sendo mais identificado nos membros inferiores.
Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia (SBAVC), 39% dos médicos atenderam pacientes com trombose como sequela da infecção pelo coronavírus. Como principais sintomas, o paciente pode sentir dores, inchaços, sensações de queimação, limitações dos movimentos, entre outros.
Com os avanços na medicina a respeito da Covid-19, fica cada vez mais claro que a doença se inicia no sistema respiratório e depois desloca-se para outras partes do corpo. O médico especialista em cirurgia vascular e endovascular, Robert Guimarães, esclarece as principais dúvidas.
Covid-19 ajuda no desenvolvimento da trombose
A infecção por Covid-19 aumenta o risco de trombose vascular, causando anormalidades na coagulação do sangue que desenvolve uma inflamação na parede dos vasos sanguíneos. Isso faz com que haja uma formação de coágulos de sangue e, consequentemente, a trombose.
Em alguns casos é possível ter sinais da doença?
Após a Covid-19 alguns pacientes apresentaram fadiga, dor muscular e níveis elevados de enzimas musculares, que podem estar relacionados à inflamação e danos musculares causados pelo vírus. Quando há suspeita de trombose pós-infecção, o ultrassom Doppler é o exame mais indicado, por ser rápido e menos invasivo.
Como são os tratamentos da trombose pós-Covid-19?
O procedimento realizado é o mesmo da trombose desenvolvida por outras causas, com uso de anticoagulantes ou, dependendo do estado do paciente, procedimento cirúrgico para desobstruir a veia afetada.
É possível ter complicações depois do tratamento?
É chamada de síndrome pós-trombótica, uma complicação que pode ocorrer após o tratamento da trombose, que atinge em torno de 20 a 50% dos casos. Os sintomas podem variar entre os indivíduos desde um inchaço leve dos membros, dor, fadiga e até a formação de úlceras/lesões na pele. Geralmente se manifestam dentro de 3 a 6 meses, mas podendo ocorrer em até 2 anos ou mais.
É possível evitar a trombose?
Há medidas não farmacológicas como evitar imobilização prolongada realizando pequenas caminhadas, evitar o sedentarismo realizando atividades físicas, beber bastante água, parar de fumar, desenvolver uma alimentação equilibrada e uso de meias elásticas quando indicadas pelo médico.
Em alguns casos, quando há um risco maior de trombose, faz-se tratamento com medicamentos anticoagulantes de forma profilática que vão ajudar na redução da viscosidade do sangue.
Robert Guimarães é um cirurgião vascular e endovascular com ampla experiência no tratamento endovascular de aneurisma de aorta. Membro da Sociedade Europeia de Cirurgia Vascular (ESVS) e Membro Efetivo da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV). Atua em diversos hospitais como Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo, Hospital Alemão Osvaldo Cruz, dentre outros.
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