São Paulo 29/4/2020 – “Estamos dispostos a fazer uma previsão. A maioria dos acadêmicos quer proteger suas apostas para nunca estarem errados”, Christopher Murray, diretor do IHME.
Qual o problema?
A cada 100 previsões sobre o coronavírus no Brasil feitas por governos, estudos acadêmicos, infectologistas e matemáticos nos últimos 3 meses, 96 erraram.
Segundo a revista Nature, “o número total de casos relatados, é preciso? Não. Em algum local é? Não. (…) apenas recentemente os analistas de previsão começaram a disponibilizar resultados, códigos, modelos e dados para análise retrospectiva”, diz John Edmunds, modelador de doenças infecciosas.
Qual os caminhos possíveis?
Em três meses, voluntários especialistas de diferentes áreas dedicaram mais de 3.600 horas de trabalho, em um esforço concentrado para ajudar a prever o comportamento do vírus COVID-19 no Brasil e nos EUA. O resultado desse empenho é o site www.convocamosvc.org (ou www.wecallu.org), uma plataforma aberta para previsão do vírus em tempo real.
A validação do algoritmo veio com a correta antecipação do comportamento do vírus na Itália, Espanha e Nova York, 30 dias antes de ocorrer – quase a totalidade dos analistas erraram esta previsão. Foram utilizados Inteligência Artificial e aprendizado de máquina, em um software que corrige as fórmulas automaticamente com o próprio erro.
“No Brasil, 96% das previsões já erraram, e aproximadamente 80% delas previram o pico da pandemia no final de abril. Nosso algoritmo mostra que houve muitos equívocos nas datas, mesmo com altas margens de tolerância. Uma das causas é que previsões em papel (artigos), sem uma ferramenta que se auto corrige, em tempo real, torna-se inevitável que erros ocorram.”, relata Mauro Jeckel, CEO da Spume.co, empresa de inteligência artificial especializada em previsão.
“Queremos fazer nossa parte e contribuir com a sociedade nesse momento tão difícil. Criamos o site www.convocamosvc.org para que cientistas, ou não, consigam acompanhar em tempo real os dados do Brasil e EUA. Fomos muito além disso, e criamos modelos de previsão sobre o comportamento do coronavírus para os próximos dias, meses e anos. O projeto é isso, uma plataforma aberta e colaborativa. Não temos segredos, e todos os cálculos e fórmulas serão públicos”, continua Mauro Jeckel.
Ele explica melhor o projeto no vídeo.
O que ainda pode ser feito?
O modelo prevê uma evolução quando ele for integrado com dados governamentais como a disponibilidade de leitos, UTIs e CTIs para ajudar nas políticas públicas de saneamento, assim como detalhar o comportamento por cada cidade do Brasil ou dos Estados Unidos.
Para que a equipe possa dar continuidade ao projeto, foi criada uma plataforma de contribuição.
Para conhecer mais o projeto, acesse www.convocamosvc.org
Website: http://www.convocamosvc.org
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