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Cremação: cinzas podem se tornar diamante de joia memorial

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A cremação é uma técnica funerária que submete um corpo a um forno crematório para transformá-lo em cinzas. E, no Brasil, o material obtido neste processo pode ter diversos fins, inclusive ser transformado em diamantes, em uma reprodução acelerada do processo da natureza. 

De acordo com Vinicius Mello, CEO do Grupo Riopae que atua no mercado funerário, o espargimento das cinzas em locais importantes para a pessoa que faleceu pode ser muito comum, mas lembra que a decisão sobre a finalidade das cinzas reflete os desejos expressados pelo morto e por sua família.

Os diamantes obtidos a partir das cinzas podem ser utilizados para compor joias em homenagem à pessoa falecida. “Uma das opções é uma joia memorial, como um pingente ou anel. Assim, os entes queridos mantêm uma lembrança, física, do falecido, com eles”, explica Mello.

O empresário destaca que muitas famílias optam por manter as cinzas em casa em urnas especiais, normalmente de bronze, porcelana ou madeira. ‘Isso permite que os entes queridos, permaneçam próximos, e se sintam conectados ao falecido neste espaço memorial em casa.”

Segundo Mello, entre outros destinos estão o sepultamento em cemitério onde a família possua um jazigo perpétuo, espargimento no Jardim In Memoriam de grandes crematórios, armazenamento em columbários e em lóculos, que são espaços semelhantes a um jazigo vertical, com dimensões reduzidas, destinados ao sepultamento da urna.

“Recentemente, através de uma parceria internacional com a Celestis Memorial Spaceflights, existe a possibilidade de enviar uma pequena quantidade de cinzas ao espaço, onde elas podem orbitar a Terra”, lembra o especialista.

Mello destaca ainda outra finalidade para as cinzas, as urnas verdes, compostas por materiais como fibras de coco, terra e sementes, onde as cinzas fazem parte do adubo para o crescimento de árvores. 

Destinos inusitados

O empresário afirma que testemunhou diferentes formas de homenagear e lembrar aqueles que partiram nos quase trinta anos de serviço no setor funerário. “Minha experiência começou de forma tradicional, ajudando famílias a organizar funerais e serviços memoriais, em cemitérios e capelas. No entanto, ao longo dos anos, fui surpreendido por pedidos, cada vez mais incomuns e inovadores”.

O especialista conta que um dos momentos mais memoráveis foi quando uma família decidiu espalhar as cinzas de seu ente querido em um campo de futebol local, pois passou grande parte de sua vida assistindo e torcendo pelo clube do seu coração.

Em outra ocasião, Mello foi chamado para remover uma urna vazia, cujas cinzas foram espargidas em uma praça pública movimentada. A pessoa falecida era uma figura conhecida na comunidade, e sua família desejava que a sua memória fosse celebrada em um local onde tantas pessoas pudessem lembrar-se dela.

“Ao longo dos anos, testemunhei muitas outras cerimônias, igualmente, singulares e comoventes. Cada uma delas, foi uma lembrança poderosa da diversidade de experiências e da profundidade do amor que une as pessoas, mesmo na despedida”, ressalta o empresário.

A cremação também é um assunto de interesse no Congresso Nacional – tramita no Legislativo, por exemplo, o PL 5962/2013, que traz a proposta de implantação de crematórios públicos em municípios com mais de 200 mil habitantes.

Para saber mais, basta acessar: www.crematoriosaojoao.com.br

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