O ex-diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, afirmou em depoimento prestado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que a empreiteira pagou R$ 21 milhões em dinheiro vivo aos partidos PROS, PCdoB e PRB, para comprar tempo de TV para a chapa de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) nas eleições de 2014. Em suas declarações, o delator informou, ainda, que o dinheiro proveniente de caixa dois foi entregue em hotéis e flats. As informações são do Estadão.
Segundo Alencar, a empreiteira pagou R$ 7 milhões para cada partido, sendo que cada um deles era chamado por determinado codinome: PROS era “onça”; PC do B, “vermelho”; e PRB, “doutor”. “Eram inicialmente cinco partidos que houve essa demanda para gente contribuir via caixa dois, e eu fiquei encarregado de três partidos. Então, três partidos foram feitos por mim, a saber: o PROS, o PCdoB e o PRB”, informou Alencar ao ministro Herman Benjamin, relator da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014. Os outros dois partidos do bloco, PDT e PP, tiveram tratativas conduzidas por outros executivos da empreiteira, segundo o depoimento do delator.
Ainda de acordo com Alencar, a demanda surgiu do então tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva (PT), em reunião realizada em 11 junho de 2014, com a presença de Marcelo Odebrecht, no escritório da empreiteira. De acordo com o delator, Edinho chegou com a proposta pronta dos valores a serem acertados e a indicação de que o pagamento seria feito via caixa dois.
No depoimento, Alencar afirmou que os termos do pedido foram claros quanto ao destino do caixa dois: a compra dos partidos. “E tanto é, depois quando eu contatei as pessoas que o Edinho me solicitou pra falar, era claramente compra do tempo de TV, que, se não me engano, isso deu, aproximadamente, 1/3 (um terço) a mais de horário de TV para a chapa”, disse o delator.
Alencar disse que também havia queixas dos partidos, de que os pagamentos fossem mais rápidos. Por conta das cobranças, o contato era frequente com Edinho. De acordo com o delator, o “fluxo” dos pagamentos foi objeto de mais dois encontros em que Marcelo Odebrecht estava presente, antes do segundo turno eleitoral.
Em relação à cobrança dos partidos beneficiados, Alencar informou os nomes dos seus interlocutores. “Pelo PROS, o meu interlocutor foi o presidente, Eurípedes Junior; pelo PCdoB, foi o senhor chamado Fábio, que é de Goiás aqui; e pelo PRB, o atual Ministro Marcos Pereira, que era presidente do PRB”.
Resposta dos partidos
Em resposta às informações da delação, encaminhada ao TSE na segunda-feira, 20, o PRB disse não ter recebido caixa dois, propina, ou “recurso financeiro de qualquer origem ilícita” para apoiar a chapa Dilma-Temer nas eleições de 2014. O PCdoB informou o TSE que o apoio à candidatura de Dilma em 2014 se deveu a “identidade de projetos político-ideológicos”.
Em entrevista recente, Edinho Silva negou participar de irregularidades na campanha e questionou “que poder” teria para fazer determinações à Odebrecht. “Eu nunca participei de uma reunião cuja pauta fosse de caixa 2 e, se houve doação por caixa 2 para outros partidos, foi opção da empresa”, afirmou.
A defesa da ex-presidente Dilma Rousseff emitiu nota na quinta-feira, 23, declarando que a vida pública da petista é “limpa e honrada” e criticando vazamentos de informações protegidas por segredo de justiça.
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